DEU NO JORNAL

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O MELHOR QUE PODEMOS ESPERAR

Roberto Motta

Detalhe da obra A bandeira dos inconfidentes (1939), de Carlos Oswald.

Detalhe da obra A bandeira dos inconfidentes (1939), de Carlos Oswald

O melhor que podemos esperar é não sermos governados pelos piores entre nós. Pode parecer pouco. Não é.

Um homem poderoso pode decidir se será estadista ou tirano. Os homens que não têm poder precisam decidir se vão se submeter ou se rebelar. É essa a decisão que muitos brasileiros conscientes e bem-informados enfrentam hoje.

Como fica aparente para quem estuda história, a luta pelo poder existe desde sempre. Nela vale tudo. É uma questão de lógica: quem tem poder obriga os outros a seguir sua vontade. Sempre foi assim. Sob diversos nomes, em diferentes organizações, embalados em narrativas humanas ou divinas, inúmeros sistemas políticos e jurídicos tentaram impor uma aparência de ordem ao que, na verdade, é um combate sem qualquer regra – porque aquele que tem o poder define as regras.

Hoje, no Brasil, esse mecanismo está exposto e despido de qualquer pudor. O que vemos é isso: leis e regras servem para adversários, jamais para amigos. Essa lógica vem cercada de discursos conciliadores, camuflada em arranjos políticos ou embrulhada em narrativas sobre higidez eleitoral. Nós, ocupados com as prioridades da vida – pagar as contas, cuidar de filhos e sobreviver – não prestamos atenção ao que realmente está acontecendo. O que está acontecendo é uma disputa feroz pelo controle de um Estado cada vez mais autoritário.

A história das ideias é a história das tentativas de normatizar, regular e codificar essa disputa pelo poder à luz de conceitos como Estado de Direito, democracia e direitos fundamentais. Na Inglaterra do ano 1215, os barões feudais impuseram a Magna Carta ao rei João sem Terra. Na mesma Inglaterra, no ano de 1649, o Parlamento cortou a cabeça do rei Charles I e colocou no poder um líder revolucionário que se tornaria ditador militar, o lorde protetor Oliver Cromwell. A Revolução Francesa foi uma sucessão de golpes e contragolpes, temperados com matança indiscriminada e até a criação de uma nova religião, o Culto do Ser Supremo, cujo sacerdote máximo era ninguém menos do que o extremista assassino e líder revolucionário Robespierre. Escolha aleatoriamente um momento da história e você vai encontrar disputa selvagem pelo poder.

No último dia 21 de abril, fiz uma viagem a Minas Gerais, terra do meu pai. Meu destino era Ouro Preto, onde recebi a Medalha da Inconfidência das mãos do governador Romeu Zema. O evento histórico que foi batizado como Inconfidência Mineira foi, na verdade, um movimento malsucedido de mudança de poder. Um grupo de cidadãos de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, descontentes com o domínio português sobre o Brasil, planejou um movimento de independência.

Se a Inconfidência tivesse sido bem-sucedida, outras pessoas subiriam ao poder. A intenção dos inconfidentes era transformar o Brasil em uma república. Um deles, inevitavelmente, seria o presidente. Os outros seriam ministros, comandantes militares e juízes de cortes superiores. É um interessante exercício de imaginação imaginar como seria o Brasil hoje se a república tivesse surgido desta forma, via um movimento civil, ao invés de ser “proclamada” em 1889 através do que muitos descrevem como um golpe militar.

A tensão no Brasil é crescente. Ela aumentou, nas últimas semanas, com o surgimento de um personagem novo – um dos homens mais ricos do mundo, nascido na África do Sul, radicado nos EUA, empreendedor bilionário com interesses em exploração espacial, indústria automobilística, inteligência artificial e mídias sociais – Elon Musk.

Curiosamente, essa não é a primeira vez que um personagem dos EUA é envolvido inesperadamente em uma situação crítica da nossa política. Há muitos anos, dois brasileiros foram à Europa buscar a ajuda de um político americano para um movimento de mudança no Brasil. É uma história pouco conhecida, uma história atrás da história.

Os brasileiros que buscavam ajuda, cita o livro 1789 – A Inconfidência Mineira e a Vida Cotidiana nas Minas do Século XVIII, de José Martino, eram José Joaquim da Maia e Domingos Vidal de Barbosa, envolvidos no movimento da Inconfidência Mineira. O americano com quem eles mantiveram contato e que, no final, não conseguiu ajudá-los, era ninguém menos do que Thomas Jefferson, um dos pais fundadores dos Estados Unidos e o terceiro presidente americano. O ano em que isso ocorreu foi 1787.

Não há nada de novo debaixo do sol.

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VIADAGEM BANÂNICA

Ofício da deputada federal Erika Kokay (PT-DF) sugere à ministra Esther Dweck (Gestão e Inovação) reserva de cotas para pessoas transgênero no Concurso Público Nacional Unificado de 2024.

* * *

Tudo nos conformes esquerdo-petralhas.

Xibungos e sapatonas terão reservas de cotas.

Quem apresentar atestado de que furufunfou muito e deu muito furico, será melhor qualificado.

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NÃO HAVERÁ NEM GOL DE HONRA

Luís Ernesto Lacombe

Não haverá nem gol de honra

Não, eu não sou da turma do “quanto pior, melhor”. Não torço contra o Brasil, contra os brasileiros. A questão é que ninguém consegue torcer por um time empenhado em fazer gol contra, em atacar a si próprio, a sua própria meta. Não há torcida possível, não há torcida que se mantenha, com uma equipe que insiste numa tática de autodestruição. Quem acredita num esquema que só pode levar à derrota?

O jogo nem chegou à metade, e o Brasil já está perdendo de goleada. Como manter a esperança? A bola vai entrando, sem que sequer haja goleiro sob a baliza. São 11 buscando um resultado desfavorável, e mais outro, e mais outro. Imposto nas redes o tempo todo, de bico, de canelada, de qualquer jeito. Uma taxa tributária insana vai estabelecendo o estrago total.

É um time que não “gasta a bola”, que não tem técnica primorosa e habilidade especial. É um time caríssimo, um elenco enorme, que gasta muito mais do que tem em caixa. O placar já mostra mais de R$ 1 trilhão de aumento da Dívida Pública do Governo Geral. Isso em apenas 14 meses… Não há como vencer o campeonato assim.

Déficit fiscal, déficit fiscal, déficit fiscal… E o técnico diz que dá para empatar o jogo nos minutos finais. Finge que há uma meta de déficit zero, que num passe de mágica ela será atingida, com o tempo regulamentar quase esgotado. Uma parte pequena da torcida confia incondicionalmente nisso. Pura ilusão. Não haverá empate nos minutos finais, nem virada espetacular nos acréscimos.

Parece que as vitórias só seriam possíveis se o time fosse todo mudado, os 11 jogadores, os reservas, o técnico, os auxiliares dele… Ou se o grupo todo, por um milagre, descobrisse, enfim, para que lado deve atacar, que baliza deve defender e que táticas podem conduzir a vitórias. Isso talvez levasse a torcida aos estádios, essa transformação completa.

Sem mudar o seu jogo, o time que está em campo, pródigo em disparar petardos contra si mesmo, acha que vai enganar todos os brasileiros. E como? Gastando quase R$ 700 milhões em publicidade, quase R$ 200 milhões nas suas redes sociais. O placar vai continuar mostrando a goleada que estamos sofrendo, mas o que importa é convencer todo mundo de que o placar mente…

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VAMOS ESCOLHER O ALCAIDE

Apesar de faltarem menos de seis meses para as eleições, a maioria dos brasileiros ainda não sabe em quem vai votar para prefeito.

Em média, 68% estão incertos, segundo os levantamentos espontâneos (quando os nomes dos candidatos são omitidos), realizados pelo Paraná Pesquisas, entre março e abril, em 11 cidades.

A campanha, com propaganda na TV e rádio, começa no dia 16 de agosto e a votação é dia 6 de outubro.

* * *

É mesmo…

Bem que eu ouvi falar: vai ter eleição pra prefeito esse ano.

Vou até procurar saber quem são os candidatos aqui no Recife.

E oferecer o JBF pra fazer propaganda.

É bem baratinho.

Qualquer pixuleco será bem vindo.

E vai ter votos que só a porra!!!

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