DEU NO JORNAL

A DIREITA SEGUE MAIS VIVA DO QUE NUNCA

Nikolas Ferreira

Nikolas Ferreira com Bolsonaro na manifestação.

Com Bolsonaro na manifestação

A luta pela democracia exige esforços. Os brasileiros entenderam isso e responderam ao chamado para pacificamente lutar pela liberdade no país. Apesar de toda a campanha de desmobilização promovida pela esquerda, seja por meio de ameaças ou até mesmo apelando para as condições climáticas no dia, cerca de 750 mil pessoas estiveram presentes na Avenida Paulista, em defesa do Estado Democrático de direito. No último domingo, a multidão sem dúvidas deixou o recado: gostando ou não, a direita segue mais viva do que nunca.

De forma natural, um grande evento como esse seria repercutido por todos a imprensa nacional, mas o que se viu foi bem diferente. Exceto pela mídia independente e alguns veículos de imprensa específicos, o ato em São Paulo repercutiu muito mais internacionalmente que no próprio Brasil. Aliás, o país lamentavelmente passou mais uma imagem negativa para o mundo com o caso do jornalista português Sérgio Tavares, que veio cobrir as manifestações e foi detido pela Polícia Federal no Aeroporto de Guarulhos, e segundo o próprio, ficou por quatro horas sendo questionado sobre Flávio Dino, Alexandre de Moraes, vacinas e a ditadura do Judiciário. A “democracia” em que profissionais de imprensa são presos, exilados ou detidos pode ser qualquer coisa, menos inabalada.

Como explicar que os mesmos que rotulam pessoas com camisas verde e amarelas e Bíblias nas mãos como terroristas, divulgam manifestações com faixas pedindo revolução e ditadura proletária como sendo protestos em defesa da democracia? Como acreditar em quem chama o opositor de golpista enquanto se reúne com verdadeiros ditadores? Aliás, enquanto o o povo estava na rua pedindo liberdade no último domingo, saía a notícia de que Lula irá se reunir novamente com Nicolás Maduro, este sim um verdadeiro golpista idolatrado não só por ele como por todo o seu entorno.

Aturar tamanha hipocrisia não é fácil, mas mesmo que pareça impossível diante do atual cenário tirânico do Brasil, o dia 25 de março de 2024 certamente foi uma injeção de ânimo para muitos que tive a oportunidade de conversar, além de ser uma prova de que finalmente começamos a aprender que nada será conquistado no imediatismo e sim com um trabalho contínuo e bem fundamentado. O ex-presidiário tentou por 12 anos ser presidente da República até conseguir o que queria. Viu sua sucessora sofrer impeachment, foi preso e condenado a 12 anos e 11 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro e não desistiu.

Na última terça, 26/02, o ladrão foi perguntado por uma jornalista sobre a manifestação de domingo; ele não respondeu e seus militantes vaiaram a repórter. Isso foi, sim, uma confissão, porém a de um presidente que teve que cancelar suas lives “flopadas”, não consegue sair nas ruas (diferente daqueles que ele tanto critica), precisa de uma assessoria de imprensa que prefere questionar a oposição do que fiscalizar o atual governo, além do já conhecido ativismo judicial. Quem está realmente acuado e mostrando fraqueza?

A palavra “liberdade” na verdade é a mais utilizada por quem deseja um Brasil livre e que respeita verdadeiramente a democracia, não aquela que soa bonito em discursos vazios, mas a que é de fato respeitada. Não temos o direito de sermos menos persistentes que os nossos opositores. Se o presente é deles, o futuro será nosso.

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LULA NÃO SE DESCULPA E INSISTE NO ABSURDO

Editorial Gazeta do Povo

Lula ainda não se retratou da comparação entre a ofensiva israelense em Gaza e o Holocausto, e segue afirmando que Israel comete genocídio.

Lula ainda não se retratou da comparação entre a ofensiva israelense em Gaza e o Holocausto, e segue afirmando que Israel comete genocídio

O mês de fevereiro vai chegando ao fim e o presidente Lula ainda não se retratou daquela que é, talvez, a declaração mais abjeta já feita por ele no campo da política internacional – uma área em que a coleção de frases deploráveis saídas da boca presidencial não é pequena, o que só reforça sua gravidade. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza não existe em nenhum outro momento histórico – aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, afirmou Lula durante entrevista coletiva na Etiópia, em 18 de fevereiro, elevando sua condenação à ofensiva israelense a um patamar inédito de perversidade.

Nos dias que se seguiram, a estratégia de Lula e seus aliados na política, no mundo acadêmico e no jornalismo tem sido insistir na tese da existência de um “genocídio” em Gaza. O presidente repetiu a expressão em várias ocasiões, em discursos e publicações em mídias sociais, desde sua entrevista de 18 de fevereiro. Ocorre, no entanto, que Lula não havia simplesmente afirmado que a ação israelense era genocida: na Etiópia, ele foi muito além ao comparar diretamente a ofensiva em Gaza ao Holocausto, igualando assim os israelenses aos nazistas. É aqui que reside o maior dos absurdos ditos pelo petista, e que despertou justíssima indignação do governo israelense, de judeus dentro e fora do Brasil, e de qualquer pessoa minimamente sensata.

Lula, ao menos, não voltou a fazer essa comparação – o que levou comentaristas a dizer que ele havia “recuado”, embora seja um recuo muito curioso esse, que não traz consigo um simples reconhecimento do erro. O máximo que o petista fez até agora foi dizer, em entrevista a Kennedy Alencar, que não havia usado o termo “Holocausto” e que a crise diplomática se devia a um erro de interpretação do premiê israelense, Benjamin Netanyahu. É o tipo de afirmação que insulta a inteligência de quem quer que tenha um mínimo de conhecimento histórico: afinal, Lula pode até não ter proferido a palavra em questão, mas a que outro evento poderia ter se referido ao falar de “quando Hitler resolveu matar os judeus”?

Independentemente desta tentativa de Lula de negar ter dito o que indubitavelmente disse, os porta-vozes informais do presidente continuam trazendo o Holocausto à cena, usando em defesa de Lula uma série de raciocínios que partem de premissas verdadeiras para se chegar a conclusões falsas. Diz-se, por exemplo, que houve outros genocídios ao longo da história – o que é correto, a exemplo do Holodomor e dos genocídios armênio, timorense, ruandense e uigur. Afirma-se, ainda, que alguns desses genocídios tiveram mais vítimas que o Holocausto perpetrado pelos nazistas – o que também é correto, embora convenientemente as matanças cometidas por regimes comunistas acabem ignoradas; o novo mantra dos lulistas tem sido a menção aos horrores cometidos pelo rei belga Leopoldo II no Congo. Tudo isso tem o objetivo de reduzir ou anular a excepcionalidade do Holocausto cometido pelos nazistas contra os judeus.

Mas não foi o fator numérico nem um suposto ineditismo que transformaram o Holocausto na manifestação por excelência da barbárie humana. O projeto genocida dos nazistas, motivado por puro ódio étnico-religioso, foi deliberado, meticulosamente planejado, executado em escala industrial em campos de extermínio especialmente concebidos com o objetivo de dar a “solução final” para o “problema judeu”, muito longe das condições de um cenário de batalha, em que a população civil é vitimada por bombardeios ou trocas de tiros. Ainda que outros genocídios tenham um ou mais destes elementos em comum com o Holocausto, nenhum deles os reuniu em sua totalidade da forma como Hitler conseguiu fazer. Daí o absurdo completo da comparação feita por Lula.

A rigor, até mesmo a versão “atenuada” da sandice lulista, a acusação de genocídio em Gaza, é bastante controversa, pois as características da ação israelense não permitem uma classificação definitiva. Trata-se, é preciso recordar, não do extermínio deliberado de um povo por determinadas características que possua, mas de uma operação militar em resposta a um brutal ataque terrorista cometido pelo Hamas em 7 de outubro de 2023; operação esta que é realizada em uma das áreas mais densamente povoadas do mundo, e contra um adversário que usa a população civil como escudo humano, como já se sabia mesmo antes da invasão e foi novamente comprovado com todas as descobertas feitas pelas Forças de Defesa de Israel. Todas essas nuances têm sido levadas em conta por democracias como a alemã e a norte-americana, que, ao contrário do Brasil, opuseram-se à ação sul-africana na Corte Internacional de Justiça que pretendia condenar Israel por genocídio – mas, por outro lado, isso não impediu esses mesmos países de fazer as críticas que consideram pertinentes à maneira como o governo de Netanyahu tem conduzido a guerra.

Se Israel está ou não cometendo crimes de guerra em Gaza, é algo passível de discussão. Não é nosso objetivo dar respostas a essa questão, mas apenas ressaltar que, apesar da barbaridade do 7 de outubro, a reação israelense precisa ser proporcional – não no sentido de uma pueril igualdade de baixas entre um lado e de outro, mas na aplicação dos critérios que tornam uma ação proporcional ou desproporcional: por exemplo, se o meio escolhido é o melhor para atingir o objetivo proposto (o resgate dos reféns e o desmantelamento do Hamas); se todas as medidas estão sendo tomadas para evitar as mortes de civis; ou se os necessitados de ajuda humanitária estão tendo acesso a ela. A ampliação da ofensiva para o extremo sul de Gaza, na cidade de Rafah, tem despertado preocupação mesmo de aliados de Israel.

Mas a discussão séria sobre a condução da ofensiva israelense não interessa a Lula e a seus porta-vozes. Importa apenas usar frases de efeito, vandalizar a história e desrespeitar toda uma comunidade étnico-religiosa. O Brasil sai desse episódio completamente desacreditado no cenário internacional, mas os despautérios de Lula mobilizam a militância – é nisso que o presidente aposta, e é por isso que um pedido de desculpas à comunidade judaica, ainda que fosse a única atitude decente a tomar, é hoje algo impossível de esperar.

DEU NO JORNAL

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PENSANDO BEM…

…nada mais “democrático” do que incluir manifestação de rua em inquérito policial.

* * *

Isso mesmo: muito “democrático”.

Afinal, estamos vivendo no Brasil 2024, governador pelo PT.

Tá tudo nos conformes.

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À BEIRA DE UM ATAQUE

A manifestação na Avenida Paulista fez muitos no governo, no supremo e até na mídia começarem a semana nervosos, tensos, cuspindo marimbondos de fogo.

Talvez tenha sido esse o maior êxito do ex-presidente.

* * *

Só cuspir maribondos de fogo é o de menos.

O danado é ter de expelir pelo fopa.

Queima tudo!!!

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OS BRASILEIROS NAS RUAS E A DEFESA DA DEMOCRACIA

Editorial Gazeta do Povo

Manifestantes lotam Avenida Paulista para apoiar Bolsonaro

Centenas de milhares de manifestantes lotam Avenida Paulista para apoiar Jair Bolsonaro

A manifestação deste domingo na Avenida Paulista, segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, reuniu 750 mil pessoas em seu pico, colocando-a entre as maiores dos últimos anos. A organização do evento o definiu como um ato pela defesa da democracia, mas foi a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro – atualmente investigado pela Polícia Federal por ordem de Alexandre de Moraes, devido à chamada “minuta do golpe” – que despertou o maior grau de mobilização. Independentemente das intenções, convicções e lealdades que guiaram os manifestantes, vindos de todo o Brasil, é inegável que a distopia em que se transformou a vida política do país já era motivo para uma demonstração de indignação popular.

O evento ocorreu sob a sombra do apagão da liberdade de expressão colocado em prática especialmente pelo Supremo Tribunal Federal. Coube ao pastor Silas Malafaia, o principal organizador da manifestação, dizer as palavras mais duras contra a corte, enquanto os políticos evitaram menções diretas e pediram aos manifestantes que não levassem cartazes críticos. Sendo verdadeiras as informações de bastidores segundo as quais um ministro do STF teria dito a um jornalista que, “se ele [Bolsonaro] falar um ‘ai’ do Supremo, vai preso”, teríamos a comprovação de que também virou letra morta o trecho da lei dos crimes contra o Estado Democrático de Direito segundo a qual “não constitui crime (…) a manifestação crítica aos poderes constitucionais”. A ameaça, seja dirigida aos políticos, seja aos demais manifestantes, ignora completamente o oceano de diferença entre a crítica legítima a decisões da corte, mesmo quando feita de forma mais enfática, e a injúria aos ministros ou a incitação a medidas de força como o fechamento do Supremo (estas, sim, manifestações ilegais). O fato de que algo  assim tenha sido dito, ou mesmo considerado plausível ou “normalizável”, mostra a disposição do STF de seguir criando tabus, ampliando a lista de assuntos que não podem ser de forma alguma mencionados.

Mesmo alegando-se que a manifestação teria sido movida mais pela defesa do próprio Bolsonaro do que em defesa da democracia, de forma abstrata, isso em nada serve para deslegitimar a mobilização popular. Primeiro, porque não há nada de ilegal ou mesmo imoral em um suposto caráter personalista do evento. Segundo, porque, mesmo descontando a recente investigação de uma possível trama para um golpe de Estado que permitisse uma virada de mesa após a vitória eleitoral de Lula em outubro de 2022, não há como negar que a democracia brasileira está profundamente fragilizada.

O STF e outras instâncias, como o STJ, o TSE e o TCU, introduziram um enorme desequilíbrio no tratamento de partes opostas no espectro político-ideológico, tanto do ponto de vista criminal quanto durante o processo eleitoral de 2022. Observe-se, por exemplo, o desmonte da Operação Lava Jato, com anulação de processos, acordos e multas, permitindo a corruptos escaparem impunes; e compare-se esse desmonte com todas as condenações impostas a aliados de Bolsonaro, além de outros direitistas e conservadores. No caso de dezenas de réus do 8 de janeiro, por exemplo, o devido processo legal está sendo ignorado, com acusadores e julgadores dispensando a necessária individualização de conduta. Mandatos conquistados de forma legítima são cassados contra legem, como no caso de Deltan Dallagnol, privado da cadeira de deputado federal pelo TSE com base em meras ilações que jamais deveriam ter lugar em um julgamento. Durante a eleição de 2022, um dos lados era frequentemente calado, com direito até mesmo a censura prévia, enquanto o outro podia divulgar mentiras em direitos de resposta. Direitistas e conservadores frequentemente são calados nas mídias sociais ainda que não sejam formalmente investigados ou acusados de nada.

Ou seja, o que temos presenciado há quase cinco anos, quando foi aberto o inquérito das fake news – e o dizemos sem julgar as intenções dos ministros, mas apenas observando os resultados práticos de inúmeras decisões –, é uma perseguição ideológica e completamente antidemocrática, contra a qual é absolutamente necessário que a sociedade brasileira se levante. Se um dos principais (se não o principal) alvos ou vítimas dessa perseguição é Jair Bolsonaro, especialmente pelo prejuízo sofrido durante a campanha eleitoral, acaba sendo inevitável que as pautas acabem mais ou menos misturadas. O fato é que, goste-se ou não de Bolsonaro ou de seus aliados, goste-se ou não do que eles afirmam, a defesa da democracia tem de ser feita de forma integral, e o contrário disso é hipocrisia rasteira. A liberdade de expressão e o devido processo legal valem para todos, mas em vez disso no Brasil de hoje vigora a frase atribuída a Juan Domingo Perón: “aos amigos, tudo; aos inimigos, nem mesmo a lei”.

Mesmo contidos – sinal do ambiente de mordaça imposto a metade do Brasil –, os 750 mil brasileiros na Avenida Paulista deixaram claro que estão insatisfeitos, e romperam um primeiro ciclo de medo: o de ir às ruas em grandes números, no primeiro protesto realmente multitudinário desde que Alexandre de Moraes, na sequência do 8 de janeiro de 2023, impôs restrições equivocadas ao direito de manifestação, referendadas de forma unânime pelo plenário da corte. Bem sabemos que o efeito prático deste domingo provavelmente não será muito grande. Mas isso não é motivo para que os brasileiros desistam de recuperar sua voz para se opor aos desmandos e ao arbítrio.

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MUDOU TUDO

O governo do argentino Javier Milei anunciou superávit de US$ 589 milhões no primeiro mês do novo governo.

É o primeiro resultado “no azul” da Argentina em mais de dez anos.

* * *

É só a esquerda cair fora que a coisa muda.

Muda sempre pra melhor.

Em compensação, aqui em Banânia….

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O ESCÂNDALO DA DEGENERAÇÃO INTENCIONAL DOS PRESÍDIOS BRASILEIROS

Roberto Motta

Projeto altera Lei de Execução Penal para extinguir saída temporária de presídios

Projeto altera Lei de Execução Penal para extinguir saída temporária de presídios

Os arquitetos da tragédia da segurança pública brasileira continuam sendo convocados pelo consórcio de mídia para sugerir soluções para a crise de criminalidade que eles mesmos provocaram. É muita ingenuidade – ou esperteza demais.

Ora, a primeira medida para restaurar a normalidade ao Brasil deveria ser justamente afastar de qualquer função pública os responsáveis pela situação atual e cobrar deles – moral, política e judicialmente – essa responsabilidade.

A segunda medida é parar de dar espaço e voz a “especialistas em segurança pública” que são, na verdade, especialistas na defesa do crime, dedicados à propagação de mentiras, falácias e fantasias. Esses “especialistas” são movidos por cegueira ideológica, retorno financeiro ou ligações perigosas – ou tudo isso junto.

A ala da escola de samba paulista que vestiu demônios com uniformes policiais não surgiu do nada. Ela é um sintoma de uma doença moral progressiva e progressista, provocada pela mistura de marxismo, doutrinação e narcocriminalidade.

Outra manifestação dessa doença é a crença infantil – ou perversa – de que obrigar policiais a usarem penduradas em seus uniformes câmeras permanentes ligadas irá, de alguma forma misteriosa, ajudar na redução dos escandalosos índices criminais e da absoluta impunidade que imperam no Brasil.

Isso no exato momento em que se descobriu que, no presídio de Mossoró, onde ocorreram as primeiras fugas da história de presídios federais de segurança máxima, um relatório de maio de 2021 identificou que das 192 câmeras instaladas no presídio, 124 estavam inoperantes. Câmeras para policiais: perfeito. Câmeras para criminosos: veja bem.

Gastou-se mais de R$ 100 bilhões no projeto de uma refinaria – a Abreu e Lima – que deveria ter custado R$ 10 bilhões. Com esse dinheiro, considerando-se um custo de R$ 80 mil para construir uma vaga para um preso em uma prisão “padrão ONU”, seria possível construir um milhão duzentos e cinquenta mil novas vagas em presídios. Ou seja; poderíamos dobrar a capacidade do sistema prisional brasileiro, garantindo ao mesmo tempo o pleno atendimento de todas as necessidades dos presos. O problema da “superlotação carcerária” seria resolvido de uma vez só.

Para informação: R$ 100 bilhões também foi o valor aproximado gasto para realizar os Jogos Panamericanos, a Olimpíada e a Copa do Mundo no Brasil.

A crise permanente dos presídios não é um problema. Na verdade, ela é um instrumento de implantação da tal política de “desencarceramento”, que significa a simples soltura de criminosos. Não se pode esperar que defensores do “desencarceramento” se preocupem com uma fuga de criminosos presos – porque, afinal, fuga é uma forma de “desencarceramento”.

A luta para trazer o Brasil de volta à normalidade é uma luta assimétrica. De um lado estão os verdadeiros especialistas: os policiais. São eles que entendem como se planeja e executa o policiamento das ruas; são eles que sabem como conduzir uma investigação criminal; são eles que têm o conhecimento para a realização de uma perícia forense. São eles que foram preparados para reagir em segundos diante de uma ameaça mortal. Eles nunca são ouvidos.

Do outro lado, em permanente ofensiva, está a multidão de especialistas, muito bem financiados, sem qualquer experiência com a atividade policial, e que são animados pelo mesmo espírito ideológico marxista. Seu trabalho é caracterizar o combate ao crime como uma luta de classes, e o policial como o elemento opressor, enquanto para o criminoso sobra o papel de oprimido ou de revolucionário.

É um enfrentamento desigual. O consórcio de mídia, dominado pelos especialistas marxistas, há muito reservou para os policiais, exclusivamente, o papel de vilões. Quem acha que eu exagero, procure se lembrar da última vez que viu uma manchete na mídia descrevendo os policiais como heróis – papel que eles desempenham inúmeras vezes todos os dias.

Quem acha que eu exagero, precisa conhecer a pressão que as ONGs defensoras de “direitos humanos” fazem através de um lobby gigantesco que impede a construção de novos presídios. Quem não acredita pode conferir o site da pastoral carcerária. Observe que o primeiro dos objetivos da Agenda Nacional pelo Desencarceramento é a “suspensão de qualquer investimento em construção de novas unidades prisionais”. Mas como assim, companheiro?

Nenhum presídio será bem administrado sem a determinação moral de fazer com que os criminosos cumpram suas sentenças integralmente, em condições tão dignas quanto possível (o que depende principalmente deles e, secundariamente, dos recursos disponíveis), mas sem facilidades e benefícios injustificáveis, muitas vezes indisponíveis a cidadãos de bem. Com raríssimas exceções, sentenças de prisão são para serem cumpridas na prisão, em regime fechado.

Nenhum combate ao crime acontecerá sem a convicção moral de que o crime deve ser combatido e de que o criminoso deve ser punido de forma proporcional à gravidade do crime cometido. Esse é o primeiro teste ao qual todos os autoproclamados “especialistas” em segurança devem ser submetidos.