DEU NO JORNAL

A BARBÁRIE TERRORISTA ATACA ISRAEL

Editorial Gazeta do Povo

Moradores da cidade israelense de Ashkelon avaliam destruição causada por foguete do Hamas em 7 de outubro.

Moradores da cidade israelense de Ashkelon avaliam destruição causada por foguete do Hamas em 7 de outubro

No cinquentenário da Guerra do Yom Kippur, quando Egito e Síria se aproveitaram da distração causada por um feriado religioso judeu para lançar um ataque, mais uma vez Israel se vê em guerra. Agora, a agressão não vem pela mão de Estados nacionais; é obra do extremismo islâmico do Hamas, que, por mais que hoje tenha funções administrativas ao governar a Faixa de Gaza, jamais abandonou sua essência terrorista. Neste fim de semana, em uma rara falha da inteligência israelense – comparada pela imprensa local à de 1973 –, e também durante um feriado religioso, o Simchat Torah, o Hamas provocou o maior morticínio de civis judeus em um único dia desde o Holocausto ao lançar milhares de foguetes contra cidades israelenses e realizar inéditas incursões por terra, atacando áreas urbanas e instalações militares, ação que se mostrou muito mais letal que o costumeiro uso dos foguetes. Até o fim da tarde desta segunda-feira, as vítimas do lado israelense já chegavam a 900 mortos, com milhares de feridos e outras centenas de israelenses – tanto militares quanto civis, incluindo crianças – tendo sido sequestrados pelo Hamas; os reféns provavelmente serão usados em negociações para a libertação de terroristas islâmicos detidos.

As forças armadas israelenses recuperaram o território invadido pelo Hamas, com os terroristas retornando à Faixa de Gaza; imediatamente após o ataque, o governo israelense declarou estado de guerra, o que não fazia desde 1973, e passou a realizar ataques aéreos contra instalações dos extremistas em Gaza, tendo como resultado outras centenas de mortos do lado palestino; até o fim da tarde de segunda-feira, não chegou a haver uma invasão terrestre das forças israelenses em território palestino, mas esta é uma hipótese que não está fora de cogitação. Além disso, Israel anunciou um “cerco total” a Gaza, impedindo a entrada de combustível e o fornecimento de eletricidade. Outro grupo terrorista islâmico, o Hezbollah, que atua no Líbano, também aproveitou a ocasião para atacar o norte de Israel, mas em uma escala muito menor.

Basta uma breve passada de olhos pelas imagens do ataque do Hamas para que uma conclusão se imponha: estamos diante de um ato de barbárie. Não há justificativa plausível – nem mesmo eventuais excessos cometidos por colonos judeus na Cisjordânia – para as cenas, muitas delas divulgadas pelos próprios extremistas, de fuzilamento de centenas de jovens durante uma rave, ou de famílias judias mantidas reféns, ou da jovem alemã morta e exibida como troféu, despida, sobre uma picape. Como não há explicação possível para a relutância de governos e setores da opinião pública em chamar de “terroristas” os perpetradores deste ataque. Não é uma questão de ideologia, mas de bom senso, até mesmo de humanidade.

Diante de uma ameaça dessas dimensões, Israel tem todo o direito de se defender, inclusive a ponto de tentar buscar a aniquilação completa do Hamas. Esta missão, no entanto, será quase impossível de realizar pela via militar. Isso porque, entre os inúmeros crimes de guerra cometidos pelo Hamas, está o de usar os próprios civis palestinos como escudos humanos. O grupo terrorista, que atua em uma das áreas mais densamente povoadas do mundo, emprega até mesmo hospitais e escolas como base para suas atividades. Por mais que Israel tente minimizar as mortes de civis em seus ataques aéreos, por exemplo emitindo avisos antes dos bombardeios, elas continuarão ocorrendo em número considerável. Isso mostra que o Hamas não apenas odeia os judeus, mas também despreza o próprio povo pelo qual diz combater; afinal, é o Hamas, e não Israel, quem coloca os palestinos na linha de fogo, ciente de que cada caixão contendo um civil palestino, especialmente uma criança, é arma poderosa na guerra midiática contra Israel e chamariz para novas adesões ao extremismo.

Os desdobramentos do ataque terrorista e da resposta israelense têm dimensões que vão muito além da região conflagrada, pois há um delicadíssimo equilíbrio geopolítico em jogo. A escolha do momento ideal para o ataque terrorista não se resume a uma questão de aniversários redondos; tem muito mais a ver com o fato de Israel estar assinando acordos com várias nações do Oriente Médio, com grandes chances de a Arábia Saudita ser a próxima delas. A normalização de relações diplomáticas entre o Estado judeu e países árabes isolaria a autocracia teocrática dos aiatolás iranianos. Isso explica que o Irã, fazendo jus à fama de Estado financiador do terrorismo, tenha apoiado ativamente a organização do ataque deste fim de semana, como admitiram os próprios líderes do Hamas. As inevitáveis cenas da resposta israelense contra os terroristas tornarão insustentável, dento dos países árabes, qualquer postura de conciliação com Israel no futuro próximo, afastando ainda mais a chance de uma convivência pacífica. A paz duradoura sempre deverá ser o objetivo final, e ela será uma construção global, sendo possível apenas quando os principais atores mostrarem disposição para negociar e fazer concessões mútuas – o que, evidentemente, não é o caso do Hamas – e quando a comunidade internacional se unir em torno da condenação firme àquilo que é intolerável.

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O ABRAÇO DO SUPOSTO PROGRESSISMO AO TERRORISMO DO HAMAS

Guilherme Macalossi

Hamas diz que sequestrou “muito mais de várias dezenas” de israelenses. Na imagem: residentes do Iêmen demonstram apoio ao grupo palestino terrorista e pisam na bandeira de Israel.

Hamas diz que sequestrou “muito mais de várias dezenas” de israelenses. Na imagem: residentes do Iêmen demonstram apoio ao grupo palestino terrorista e pisam na bandeira de Israel

Quantos militares de Israel foram mortos no ataque terrorista deflagrado pelo Hamas no sul do país? Os relatos aterradores, alguns inclusive filmados, denotam uma ação que tinha como alvo qualquer judeu que estivesse pelo caminho. Famílias foram assassinadas. Crianças, mulheres, jovens e idosos sequestrados e levados para o interior da Faixa de Gaza, o território palestino em que o grupo instaurou uma ditadura islâmica perversa a partir de 2006. Esse modus operandi só difere dos atentados anteriores pela escala, pelo preparo e pela audácia dos autores. O objetivo do Hamas é o mesmo desde sua fundação: varrer Israel do mapa. Daí o porquê de matarem a esmo.

Do total de vítimas, 260 foram localizadas numa rave do Universo Paralello, evento organizado por brasileiros na kiburtz de Re’im. Dançando e se divertindo num local aberto, os participantes foram alvejados com facilidade. Não havia onde se esconder. Muitos nem sabiam o que estava acontecendo enquanto os terroristas abriam fogo. O local rapidamente se converteu num campo de morte. De certa forma é simbólico, já que o Hamas também quer a abolição de um modo de vida que ele considera impuro e incompatível com sua interpretação religiosa extremista.

Única democracia do Oriente Médio, Israel é uma ilha de civilidade e liberdades públicas numa região dominada por ditaduras militares e autocracias em que os direitos humanos são reiteradamente violados e minorias sociais perseguidas e marginalizadas. O espaço reservado aos gays no Irã, país que serve de mecenas para o Hamas, se restringe a ponta de uma corda esticada do alto de um guindaste. Na Síria, professar a fé cristã equivale a um crime capital. Ser mulher, nesses e em outros países, inclusive nos territórios palestinos, representa uma cidadania de segunda classe em que são praticados como direito dos homens todos os tipos de abusos, inclusive os de natureza sexual.

Essa realidade é conhecida em todo o Ocidente livre, mas é deliberadamente desprezada especificamente pelo campo dito progressista e por muitos de seus representantes de esquerda e extrema-esquerda. Desde a eclosão dos ataques, o que se viu foi uma onda de relativismo moral tentando, algumas vezes subjetivamente e outras vezes escancaradamente, justificar o barbarismo perpetrado pelos terroristas como decorrente de uma mera reação. Os integrantes do Hamas estariam apenas respondendo abusos colonialistas de Israel em nome da justa “causa palestina”. Há alguns que até fazem uma condenação protocolar dos atentados, mas na sequência saem a disparar críticas não contra os terroristas, mas contra Israel. Estes apenas exercitam a pusilanimidade de forma sofisticada.

Luciana Genro, que foi candidata à presidência da República e hoje é deputada estadual pelo PSOL do RS chegou a escrever que “tratar a resistência palestina como terrorismo seria equivalente a tratar da mesma forma o levante dos judeus contra os nazistas em Varsóvia, no ano de 1943”. A um só tempo ela negou que a violência inédita praticada pelo Hamas seja terrorismo e comparou o Estado de Israel ao próprio regime nazista de Hitler. Sua postagem asquerosa, indecente e grotesca legitima o banho de sangue, conferindo-lhe até mesmo um caráter nobilitante. Na sua visão despudorada, os autores das mortes na rave de Ra’im são heróis sociais incompreendidos.

Esse tipo de coisa defendida por sedizentes militantes dos direitos humanos diz menos sobre os terroristas e mais sobre eles mesmos. Se é contra os Estados Unidos, Israel ou qualquer resquício de ocidentalidade, então tudo cabe e tudo é válido, já que se trataria de mera reação. Luciana Genro jamais seria deputada na Faixa de Gaza. Tampouco o PSOL teria oportunidade de fazer a defesa das minorias em um país sob a regra da sharia. Ainda assim, do conforto do mundo livre, nossos progressistas fazem a genuflexão moral, abandonando suas supostas causas e abraçando um postulado genocida em nome de seus dogmas ideológicos.

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“LETALIDADE POLICIAL”: QUANDO O DEBOCHE ENCONTRA A IDEOLOGIA

Roberto Motta

intervenção federal, Rio

Imagem de operação feita pelas polícias Civil e Militar, com o apoio das Forças Armadas, da Força Nacional de Segurança e da Polícia Federal, no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, zona norte do Rio

“A questão nunca é a questão”, já dizia o estrategista da esquerda americana, Saul Alinsky. “A questão é sempre o poder”. Quem combate o crime no Brasil não pode esquecer isso. Há décadas uma minoria radical controla o debate sobre crime e justiça e atribui à polícia a responsabilidade pelos atos dos criminosos. É absurdo. Mas todas as vezes em que há feridos durante operações policiais o diagnóstico está pronto: a culpa é da polícia.

Basta um pouco de lógica e senso moral para perceber que a culpa por ferimentos e mortes de inocentes, na verdade, é dos criminosos que decidiram enfrentar a polícia com armas de guerra. Mas lógica e moral são ignoradas. A maioria das “reportagens” – entre aspas mesmo – e quase todos os manifestos de ONGs de “direitos humanos” – aspas novamente – chamam policiais de assassinos. “Relatórios” e “estudos” – entre muitas aspas – realizados por universidades sobre ações policiais não passam, em sua maioria, de panfletos ideológicos com verniz acadêmico. Esses panfletos são usados como base para políticas públicas de segurança.

Como consequência, desde junho de 2020, operações regulares da polícia do Rio de Janeiro nas “comunidades” – eufemismo usado para descrever as favelas – estão proibidas por decisão judicial, exceto em casos excepcionais e com prévia justificação.

Todos os dias discute-se a adoção de novas restrições às ações policiais. Os criminosos, cientes disso, seguem cada vez mais ousados, dispostos a matar ou morrer e sendo treinados para isso. É o que dizia uma matéria exibida recentemente em uma grande rede de mídia. As imagens da matéria mostravam um exército de mercenários – ou seria melhor dizer guerrilheiros? – praticando manobras militares em uma favela carioca.

O Rio chegou ao fundo do poço do crime em 2017. O colapso da segurança levou a uma explosão dos índices criminais. Em 2018, uma intervenção federal na segurança estancou a sangria e ajudou as polícias a se reequiparem. Transformadas em secretarias autônomas a partir de 2019, as polícias militar e civil partiram para o enfrentamento. Com isso, todos os índices de crimes violentos do Rio de Janeiro diminuíram. A única exceção foi o número de criminosos mortos em confronto com a polícia, que aumentou. Soldados do narcotráfico são doutrinados, treinados e equipados para enfrentar a polícia. Trata-se de uma guerra. Qualquer ação policial que tente prender esses criminosos resultará em mortes.

A partir da restrição judicial de 2020, os avanços que haviam sido conquistados foram perdidos. O narcotráfico consolidou o domínio de territórios que já tinha, aumentou o estoque de armamento, construiu fortificações e avançou sobre novas áreas. Dados do Disque Denúncia mostram que o número de denúncias sobre barricadas do tráfico em 2023 voltou aos níveis de 2019. O que os dados mostram é ainda pior: a maior parte das denúncias vem de áreas que nunca tiveram fortificações. O morador de áreas já tradicionalmente ocupadas pelo tráfico não denuncia mais; ele não tem mais esperança de mudança. A denúncia agora vem de áreas que, até pouco tempo, eram seguras. Quanto tempo levará até que esses denunciantes também percam a esperança?

Diante dessa realidade, cabe perguntar: por que insistir no que não funciona? Por que limitar cada vez mais o trabalho da polícia, quando o que se precisa é o oposto, limitar a ação dos bandidos? O motivo é ideologia. Um bom exemplo é o debate em torno da chamada “letalidade policial”. Quando um criminoso oferece resistência à prisão e demonstra intenção de matar o policial, a morte do criminoso não caracteriza um homicídio porque estão presentes os excludentes de ilicitude do estrito cumprimento do dever legal e da legítima defesa da própria vida.

É absurdo chamar toda morte em ação policial de homicídio. O delegado Fabrício Oliveira, da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil do Rio, lembra que esta diferenciação já é adotada pela ONU. Ela é adotada também pelo FBI e pelo EUROSTAT, o Gabinete de Estatísticas da União Europeia. Apesar disso, esse conceito ainda não foi compreendido pela maioria da mídia brasileira, pelos “especialistas” de talk shows e pelas entidades produtoras de estatísticas criminais.

O problema é ainda mais grave: a divulgação de estatísticas sobre “letalidade policial”, em geral, comete grave erro metodológico, pois utiliza números absolutos de criminosos mortos, quando o certo seria relacionar o número de mortos em confronto com o número de criminosos presos.

É simples de entender. Infratores são mortos quando a polícia está tentando prendê-los. Assim, quanto maior o número de prisões, maior a chance da ocorrência de morte de criminosos. Uma polícia que prende mais criminosos terá números absolutos de “letalidade” maiores do que outra polícia que prende menos. Traduzindo: se a polícia vai à rua com frequência efetuar prisões, é de se esperar que aumente o número de criminosos mortos. Se a polícia faz poucas prisões, sua “letalidade” deverá ser mais baixa.

Nenhuma polícia do mundo enfrenta tantos confrontos ao tentar prender criminosos como a polícia brasileira. O criminoso que aponta uma arma para um policial americano, britânico, alemão ou francês receberá uma resposta dura e imediata. Recentes distúrbios no estado americano da Filadélfia e na França tiveram origem na morte de indivíduos que resolveram confrontar a polícia.

No Brasil, um policial que responde à ação criminosa conforme determina a lei está cada vez mais sujeito ao arbítrio ideológico de engenheiros sociais, de ativistas judiciais e dos revolucionários de plantão que tentam controlar o sistema de justiça criminal. A consequência disso é o incentivo ao crime, especialmente nas áreas pobres onde o narcotráfico estabeleceu o seu domínio.

Como diz o escritor Theodore Dalrymple, “os pobres colhem o que os intelectuais semeiam”.

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A CATÁSTROFE ARGENTINA E A MÃO AMIGA DE LULA

Editorial Gazeta do Povo

Lula - Alberto Fernández - Argentina - Brasil - PT -

Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e da Argentina, Alberto Fernández

Uma guerra de versões está em curso, diante de uma forcinha amiga dada pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) a uma Argentina em frangalhos, e que vive um acirrado processo eleitoral. O que há de certo é o fato de o banco ter emprestado US$ 1 bilhão ao governo de Alberto Fernández, embora a Argentina já tivesse atingido o seu limite de crédito dentro da instituição; por isso, a operação extraordinária precisaria ser aprovada pelos países-membros – apenas o Peru se opôs. O dinheiro era necessário para que os argentinos quitassem parte de sua dívida com o Fundo Monetário Internacional e, assim, tivessem liberado um novo desembolso do FMI, de outros US$ 7,5 bilhões.

A controvérsia surgiu com reportagem do jornal O Estado de S.Paulo publicada na noite de 3 de outubro, afirmando que a operação, ocorrida em agosto, se deu após a interferência direta do presidente Lula. O petista teria telefonado para a ministra do Planejamento, Simone Tebet, que também representa o Brasil no CAF, para que ela trabalhasse em favor do chamado “empréstimo-ponte”. Como o país tem mais de um terço de todo o capital do CAF, exerce enorme influência nas decisões do banco. Ato contínuo, Tebet negou qualquer ação da parte de Lula, embora fosse inegável que o acesso a mais recursos cairia como uma luva para os peronistas de esquerda que governam a Argentina e, especialmente, para o ministro da Economia, Sergio Massa, o candidato governista à Casa Rosada, que conta com o apoio dos petistas.

A suposta interferência de Lula é o tipo de episódio que, como dizem os italianos, se non è vero, è ben trovato. Afinal, ainda que neste caso não tenha havido o telefonema presidencial, uma ação como esta casaria perfeitamente com o modus operandi de Lula, que, no governo ou fora dele, jamais se recusou a colaborar com seus camaradas ideológicos latino-americanos que disputavam os cargos máximos de seus países. Os vídeos de apoio a Gustavo Petro na Colômbia, Gabriel Boric no Chile e Xiomara Castro em Honduras são o de menos em comparação com o “empréstimo” do marqueteiro João Santana a Hugo Chávez e Nicolás Maduro – a Operação Lava Jato apurou que o publicitário era pago com recursos da empreiteira Odebrecht, que tinha negócios na Venezuela. Desde que iniciou seu terceiro mandato, Lula já deu várias demonstrações de camaradagem em relação à Argentina, incluindo a indicação do país para compor os Brics.

Os bilhões do FMI são essenciais para que, nesta reta final da campanha – o primeiro turno das eleições está marcado para o dia 22 –, o ministro Massa continue a operar na quinta marcha do populismo. Os últimos meses foram marcados por inúmeros anúncios de bônus em dinheiro para várias categorias como aposentados e desempregados, facilitação do acesso ao crédito, ampliação da faixa de isenção do imposto de renda e aumento nos valores dos programas sociais. Todo esse dinheiro sem lastro que entra na economia argentina tem um único efeito: agravar a inflação galopante, que no acumulado de 12 meses até agosto chegou a 124,4%.

Distribuir dinheiro para que a população ignore temporariamente a inflação causada justamente pelas políticas fiscais irresponsáveis é tudo o que resta a um candidato que disputa acirradamente votos com o libertário Javier Milei (líder na maioria das pesquisas) e a candidata de centro-direita Patricia Bullrich. Até agora, nenhuma das pesquisas que trazem cenários de um segundo turno com a presença do esquerdista lhe são favoráveis: Massa perderia tanto para Milei quanto para Bullrich. O libertário reagiu à notícia de que Lula teria agido nos bastidores para facilitar o empréstimo do FMI, e também foi à Justiça para impedir que o governo amplie gastos que comprometam as contas públicas.

Independentemente de quem saia vencedor do pleito, o futuro presidente receberá de Fernández um país que gastou tudo, o que tinha e o que não tinha, para perpetuar o projeto de poder do peronismo de esquerda, e com isso deixou que a inflação escapasse completamente do controle e que a pobreza se tornasse endêmica. Isto é um alerta para o Brasil: por mais que o Estado brasileiro não seja tão inchado quanto o argentino, e que tenhamos mais ferramentas de controle do gasto público – embora elas já tenham sido melhores –, olhar para a Argentina é ver como a mentalidade do “gasto é vida” elevada à enésima potência arruinou uma nação que já esteve entre as mais ricas do mundo.

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ÓLEO DE PEROBA

“É duro, mas tenho que reconhecer que o tribunal do crime no Rio é mais rápido, mais eficiente que os tribunais de justiça do país. O governo do PT deveria se envergonhar”, admitiu o deputado Alberto Fraga (PL-DF).

* * *

Num espere nunca isso, sinhô deputado.

É mais fácil enxergar um elefante avuando pelos ares do que chegar o dia em que o governo do PT vai se envergonhar das merdas que faz.

Os petralhas são detentores orgulhosos do Troféu Óleo de Peroba.

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SEGUINDO O CHEFE

É um vexame a ignorância do ministro do Trabalho.

Se Lula mentiu nos EUA, com a fake news do “fraldão” de motoboys, Luiz Marinho disse que o Brasil “é o mercado ‘nº 1’ do Uber no mundo”.

Se não é ignorância, grave para um ministro, é outro que recorre a mentira como argumento.

* * *

Ministro de Lula mentindo não é nada fora do normal ou de incomum.

Está dentro do regulamento.

Os subordinados seguem o padrão do chefe do bando.

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TÁ TUDO DITO

O TSE marcou para terça (10) a condenação, ops, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro em três ações, por supostos crimes eleitorais em lives e uso do Alvorada e Planalto, onde trabalhava e morava.

* * *

Esse “ops” na nota aí de cima, entre as palavras “condenação” e “julgamento” resumo tudo.

Não é preciso fazer comentários.