MAURÍCIO ASSUERO - PARE, OLHE E ESCUTE

É simplesmente incrível o comportamento da suprema corte brasileira. Nunca vi um espaço físico tão pequeno, em relação às dimensões do país, causar o estrago que as decisões do STF é capaz. São dois momentos absolutamente claros, distintos, porém integrados: o primeiro é promover a soltura de Lula e demais denunciados pela Lava Jato; o segundo é, de qualquer forma e ao arrepio da lei, fazer Lula presidente do Brasil para isso tendo o exaustivo apoio da grande mídia, numa orquestração de atos devidamente compassados, incluindo também órgãos de controle externo como o TCU.

O ministro Bruno Dantas, lulista de carteirinha, numa ação de subserviência ao seu chefe, fez a relatoria de um processo no qual o TCU, por unanimidade, cobrava de Deltan Dallagnol R$ 2,8 milhões de reais pelas despesas com passagens para integrantes da força tarefa que botou na cadeia os ladrões petistas. Esse canalha, por indicação do Senado, é vice-presidente do TCU e apesar de tudo que o PT fez entre o mensalão e o petrolão, Bruno Dantas nunca foi capaz de exigir a devolução de um centavo sequer. Então, abusando do poder que lhe foi confiado, esse filho de uma puta, relata um processo com esse teor e, ainda por cima, consegue uma aprovação unânime do órgão. Ainda bem que o processo foi suspenso, pois caso contrário seria a decretação da falência moral do judiciário.

O problema que está por trás disso tudo é um só: o apoio ao mecanismo de vingança que passa pela mente de Lula. Ele não pode, nesse instante, partir diretamente para o confronto com seus algozes porque não tem instrumentos para atingir-lhes diretamente e por isso se serve dos cafajestes togados para atingir Moro e Deltan, afinal o PowerPoint de Deltan trazia a estampada da “alma mais honesta do Brasil” como o cerne de um esquema de corrupção da magnitude que se viu. Se Lula for eleito, Moro e Deltan terão enormes dificuldades caso não sejam eleitos para os cargos que pleiteiam.

Em adição, a maquiagem da justiça começa a cair mostrando uma face cruel, tendenciosa, distante dos preceitos constitucionais. Como a bruxa má do conto de Brancas de Neve perguntava ao espelho se havia alguém mais bela do que ela, o STF olha para o próprio umbigo se perguntando se há alguém mais poderoso do que ele. Creio ser, seu espelho, a careca de Alexandre de Morais: lustrosa, brilhante e sem o nitrato de prata que permite formar a imagem no espelho. Todos os ministros do STF se sentem poderosos, mas Alexandre de Morais tem certeza da sua onipotência.

Cabe lembrar que esse ministro foi capaz de imputar uma multa ao advogado do deputado Daniel Silveira por “recursos protelatórios” e eu não sei como ele não pediu a cassação da OAB do profissional, mas faltou pouco. Atitudes absolutamente descabidas como bloqueio de contas, de patrimônio, perseguição política, pedido para Interpol declarar Alan dos Santos como foragido e toda sorte de desmandos naquela cabeça cheia de teia de aranha.

Como se sabe, Alexandre de Morais foi campeão de pedidos de impeachment, mas há uma violação natural por parte dos demais ministros e o presidente do senado não tem coragem suficiente para dar andamento a um processo desses. Alcolumbre, arquivou todos os pedidos de impeachment. Sem analisar mérito de nenhuma deles e isso acontece porque deputados e senadores possuem penduricalhos no STF e não dignos de ações de coragem.

Nesse cenário de guerra declarada, o ministro Nunes Marques suspendeu a cassação de um deputado simpatizante ao presidente e uma das matérias que li sobre isso dizia que o ministro estava dando um passo na direção do impeachment. A lei Nº 1079/1950 traz as condições pelas quais um ministro do STF pode sofrer impeachment e dentre elas não consta anular decisão do STF, mas consta mudar voto sem recursos e exercer ação política partidária. Todos os petistas do STF fazem isso. Provavelmente é do seu conhecimento o famoso jantar com ministros do STF e senados – investigados pelo STF – para discutir ….. (complete a frase).

Nitidamente, estamos lutando contra forças organizadas que buscam se perpetuar no poder para impor suas regras e seus preceitos, deixando de lado o respeito aos preceitos democráticos e promovendo a impunidade dos bandidos políticos. Esse cenário é visto na Venezuela, onde a suprema corte de lá modificou a constituição para permitir, por exemplo, que Maduro concorresse, indefinidamente, ao cargo de presidente. Recentemente Lula disse: “eu não estou mais radical, estou mais Maduro, mais Maduro”.

Acho que todos nós, que nos opomos a este cenário de injustiça, precisamos ser mais diretos nos nossos objetivos. É hora de tomar partido por um país livre da peste e a melhor forma de fazer isso é dizer não a chapa de Lula.

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