JOSÉ RAMOS - ENXUGANDOGELO

Igreja Matriz em Dia de Festejos

Festejos. Sempre foi esse o nome dado ao evento que marcava algo relacionado à Igreja Matriz do bairro – independentemente de quem fosse a Padroeira.

Durante a semana que precedia a festa, o vigário e as pessoas que estavam acostumadas a dar apoio para que os “festejos” acontecessem, trabalhavam com prazer e de forma árdua.

Sempre foi ponto alto desses eventos, a realização das “quermesses” – festa profana que possibilitava o encontro da comunidade em congraçamento, após a missa noturna. Os festejos aconteciam por uma semana ou por um máximo de quinze dias. Começavam num domingo e terminavam também num domingo.

Nas quermesses – onde aconteciam a degustação de comidas típicas, leilões com prendas valiosas (a maioria doada por alguém – para que o arrecadado revertesse em benefício do que se propunha: manutenção ou construção da paróquia) e a costumeira e amistosa disputa entre o PARTIDO ENCARNADO e o PARTIDO AZUL.

Era uma disputa ferrenha. Meninas adolescentes eram escolhidas para representar os dois partidos – e tinham a obrigação de vender brindes com a cor do partido que representavam: encarnado e azul. Uma disputa jovem, respeitosa e edificante, porque era ali que começava o respeito ao próximo.

A “vermelha” maçã do amor

No encerramento de cada noite, o leilão. Toda a arrecadação era direcionada ao propósito comunitário em benefício da paróquia. O “leiloeiro” era sempre algum líder comunitário que, pela vida transparente, merecia a confiança de todos. Era assim.

O “outro” PARTIDO ENCARNADO é um partido político que nasceu nos anos 80 com o propósito de ser um oásis para quem não se entregava nem se conformava com o regime “não-político” imposto ao povo brasileiro desde o dia 31 de março de 1964.

O novo partido encarnado era uma provável válvula de escape. Não foi, ou pelo menos, não é mais.

A ânsia de respirar novos ares levou muita gente para as hostes do Partido Encarnado – criado em 1980 e legalizado em 1982 como PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT). Todos aqueles que “caminharam juntos”, acreditavam. Acreditavam nas propostas do PT.

A profética fala de Figueiredo

Caminhando com suas próprias pernas, “contra o vento e já com documentos”, o PT encontrou uma bifurcação. Tomou o caminho errado, e percebendo isso, não teve coragem e dignidade suficientes para “retornar” e escolher outra opção. Mudou tudo, ou quase tudo, e hoje vive dias que só apontam um destino: o fim, enquanto sigla partidária de confiança.

Foram suficientes para o oásis se transformar em lamaçal, apenas dezesseis anos de mandatos no Executivo: dois de Lula, que ganhou de bandeja e de forma discutível uma terceira chance; quase dois de Dilma Roussef, e quase dois de Temer, então componente como “Vice” da chapa.

6 pensou em “O PARTIDO ENCARNADO

  1. Meu caro José Ramos
    A respeito do outro partido encarnado, discordo de sua constatação final. O PT não tomou um caminho errado, não chegou a uma bifurcação da vida. O PT é o caminho errado desde o seu nascimento. Veja quais foram seus principais fundadores: José Dirceu – guerrilheiro de fancaria que nunca pegou em armas, mas soube muito bem pegar a bufunfa de Cuba. Lula – além de ser agitador político, cupincha do DOI-CODI, traidor do movimento sindical; Frei Beto – padre diabólico que agitava estudantes a tomarem bala na cara, enquanto ele ficava dentro de mosteiro, na segurança da Igreja Católica. Houve ainda intelectuais que nunca usaram o cérebro como Maria da Conceição Tavares, Marilena Chauí, Fábio Konder, Antonio Candido. Nunca reconheceram o que era e o que é o PT. O PT não tomou um caminho errado. Ele é o caminho errado.

    • Roque, eu não tenho motivos para não concordar. Na prática, eu era “sindicalista” ligado a outra vertente, pois trabalhei alguns anos na Western (The Western Telegraph Company Ltd.) em Fortaleza. Me embeveci e, ainda estudante acabei me envolvendo com “aquilo”. Em 64/65/66, já na universidade, as coisas pioraram. Naquele momento eu era da diretoria do Sindicato que agregava as comunicações, incluindo os Correios, a Western, os Ferroviários e, logo no começo o pessoal da Embratel. Tive que pedir demissão da Western, pois a empresa só concedia transferência para quem tivesse mais de 10 anos e apresentasse um motivo mais que justo. Fui morar no Rio, e lá fui trabalhar na COSIGUA (Companhia Siderúrgica da Guanabara), hoje pertencente ao Grupo GERDAU. Virei Metalúrgico. Não preciso dizer mais nada. Por obra divina consegui abrir os olhos, saí da COSIGUA e mudei de rumo. Conheço muito do PT, na prática.

  2. Também não vi bifurcação.
    Do que vi, entendo que sempre foi objetivo dessa quadrilha o poder totalitário.
    A corrupção de tudo é mero instrumento dessa busca.

    • Nonato, não tenho o hábito de discordar de opinião pessoal de ninguém. Aprendi isso na vida e no jornalismo. Mas, se você pesquisar, entre os fundadores do PT vai encontrar pessoas que nunca tiveram essa índole do povo de agora. Quando essas pessoas de boa índole perceberam que a maldade (e é essa coisa que chamo de bifurcação) crescia e assumia a pauta, saíram, debandaram. Qual teria sido o propósito do “Comício da Candelária”? Reveja fotos e identifique pessoas que aparecem – e muitas dessas pessoas ajudaram na promulgação da Constituição de 88 e eram pessoas do bem, que nada tinham de relação com os petralhas de hoje. Hoje a gente sabe que tem algo forte do PCC infiltrado no PT. E entre os fundadores, tinha? Não tinha – e é isso que chamo de bifurcação.

  3. Esse é um equívoco dos convencidos que continuam a imaginar que foram fundadores quando, em verdade, a tal foram pelos convencedores.
    É tal a convicção que ninguém conseguirá desfazer.
    Cito um exemplo.
    Canhotas que, em épocas recentes reconheceram e condenaram as ações da quadrilha, tão logo viram a descondenação do nine, retiraram as bandeiras, camisas e discursos guardados e continuaram w continuam na convicção de que errados são os outros.
    É uma doutrinação, uma lavagem cerebral tão forte que não existe remédio para desfazer.
    Simples assim.
    Claro, há exceções mas, como o termo sugere, são exceções.
    Não quero polemizar mas fui sindicalista e, pra minha sorte, quando entrei já era vacinado, razão pela qual reafirmo: existem inocentes nesse povo mas é uma minoria ínfima.

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