CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

PENINHA - DICA MUSICAL

PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

FORTALEZA – Raimundo Varão

Lá, sob um claro céu de azul-turquesa,
onde o sol seu tesouro em luz descerra,
Lá fulge a legendária Fortaleza,
Como um raro brilhante sobre a Terra.

Como um sacro penhor da Natureza,
Como um beijo auroral que a vida encerra,
Longínqua e bela, a lânguida princesa,
Arfando o peito, geme e os olhos cerra.

Porque nos batem temporais medonhos
E tivemos no mundo a mesma sorte,
O casta Fortaleza dos meus sonhos,

Meu derradeiro e desvelado anseio
É ter a paz na comunhão da Morte,
Dormindo em sete palmos do teu seio …

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DEU NO X

DEU NO X

JOSÉ RAMOS - ENXUGANDOGELO

A VILA DO JOÃO-DE-BARRO

A nova moradia do João-de-barro

São muitas as leis brasileiras que protegem as florestas.

O povo brasileiro é quem faz com que essas leis não signifiquem muita coisa – e, nisso, tem a conivência dos aplicadores dessas leis como forma de punir e coibir a repetição dos crimes ambientais.

Na Austrália, algumas leis não são diferentes das leis brasileiras. O que faz a diferença é a aplicação da legislação vigente com maior rigor – e isso garante o respeito às leis e a preservação do meio ambiente.

No Brasil, todo dia é dia de caçar.

No Brasil, todo dia é dia de prender e criar pássaros silvestres, em que pese a também corriqueira e repetitiva apreensão dos transgressores – mas a pena aplicada é que desmoraliza a legislação e incentiva a continuidade da prática do crime.

Conheci Timbaúba, um povoado localizado entre Queimadas, outro povoado, e Pacatuba, municípios atualmente integrados à Região Metropolitana de Fortaleza. Timbaúba é onde existia uma importante (ainda que pequena) mata no pé da serra do município de Pacatuba. Era ali, na Timbaúba, que muitos desenvolviam o hábito de caçar (e matar) passarinhos e outros animais silvestres (cotias, pacas, tatus, camaleões, teiús, mucuras e até alguns veados) para o complemento alimentar.

Mas, era lá, também, na Timbaúba, que as crianças e alguns adultos apreendiam pássaros e capturavam outros tantos, em arapucas e alçapões e, por vezes, ainda recolhiam nos ninhos os filhotes recém-nascidos.

Criavam os filhotes para o deleite de escutar o canto ou para uma futura venda. Sabiás, galos de campina, rolinhas, azulão, sanhaços, graúnas, corrupiões e xexéus. Frutas e papa de leite com farinha de mandioca serviam como alimento para os filhotes.

Naqueles anos, diferentemente de hoje, não eram tão numerosas as famílias que ali viviam por livre escolha. A capital não ficava tão distante e onde as principais dificuldades podiam ser resolvidas em pouco tempo.

Numerosa, a família de José Dourado, mais conhecido por “Seu Zeca” que, ao lado de Dona Amarilis, chegou naquela localidade no início dos anos 40. Mais precisamente, no ano de 1943. Cada ano, nascia uma criança. E assim foi em 43, 44 e 45.

Depois nasceriam outros. Duas meninas e mais um menino, num total de seis filhos.

Infelizmente, por total descuido da gestão pública municipal, as escolas de iniciação (primário, ginasial e científico) não eram tantas. Quem pretendesse ir à frente nos estudos, precisaria mudar de cidade para alcançar novas metas.

Não foi diferente com a família de “Seu Zeca” e Dona Mamá (Amarilis), que acabaram entendo que, por força da necessidade do estudos dos meninos, precisariam mudar para a capital, ainda que ali mantivessem aquele pequeno sítio. E assim fizeram.

Trouxeram parentes de Queimadas para morar na casa da Timbaúba e, só então, resolveram mudar para a capital.

Qualquer mudança de lugar de moradia por longo tempo será traumática para alguém. As antigas amizades, a vizinhança conhecida, as facilidades de locomoção e o conhecido estilo de vida. Quem parte sofre, ainda que sonhe com melhores perspectivas, e quem fica vai nutrir o sentimento da perda por algum tempo.

Os três meninos mais velhos precisavam dar continuidade aos estudos. Paulo, 13 anos; Moisés, 12 anos; e, Alfredo, 11 anos. Paulo, além dos estudos, tinha algumas tarefas domésticas em apoio aos pais e era o responsável por levar todo dia o almoço de “Seu Zeca” quando esse cuidava da roça – e lá havia sempre alguma coisa por fazer.

Moisés e Alfredo ajudavam a mãe nas tarefas domésticas e estudavam. Nas horas vagas, se dedicavam à caça de passarinhos, armando arapucas e catando filhotes. Os dois, diziam os outros meninos de Timbaúba, eram donos de ótima pontaria e tinham as melhores baladeiras. Sabiam quase tudo de pássaros e até conseguiam imitar o cântico de alguns deles, como o bem-te-vi e a graúna.

Alfredo, sempre mais tímido, mas também bom conhecedor de passarinhos, conseguiu tirar do ninho ainda em penugem, um casal de João-de-barro e dele cuidou por meses.

Chegara o dia da partida. Sem alcançar outra solução, Alfredo resolveu abrir a gaiola e soltar o casal de João-de-barro, antes, tendo o cuidado de acariciar demoradamente as cabeças das duas aves. As aves voaram, mas pousaram num florido ipê que havia ao lado da porteira de acesso para a casa da família.

O caminhão da mudança partiu, e algumas lágrimas impediram que alguém prestasse atenção no que acontecia em volta. Antes que o caminhão sumisse definitivamente na estrada, Alfredo e Moisés ainda viram o aceno do casal que ficara morando na casa da Timbaúba.

Na viagem poucas palavras. Paulo observava o casario diferente da vida urbana da capital, sem qualquer semelhança com as casas simples da Timbaúba. Moisés e Alfredo traçavam planos, antes mesmo de saber se ainda conseguiram matrícula numa nova escola da capital.

A primeira semana na nova moradia foi atribulada. Novas amizades e até dava para perceber algum tipo de rejeição entre as crianças que já moravam naquela rua e os que acabavam de chegar.

O tempo passou. A primeira semana, a segunda e a terceira. As aulas foram iniciadas numa escola não tão distante dali. Livros novos, amigos novos, professores novos e uma nova rotina.

Mas, jamais deixaram de ter espaço para o lazer. E tinham. Moisés e Alfredo se revezavam no pedalar da bicicleta que trouxeram de Timbaúba. Alfredo, quando chegou sua vez de pedalar, foi um pouco mais distante.

Enquanto esperava a passagem de um carro, teve a atenção desviada pelo destino.

É, só pode ter sido o destino ou a interferência da natureza das coisas. Ao levantar a vista para um poste, Alfredo nem acreditava no que estava vendo e falou mais alto para si mesmo:

– Meus bichinhos! São eles! Os meus passarinhos!

Alfredo acreditava mesmo que o casal de João-de-barro também resolvera acompanhar a família e, num poste de madeira, resolveu construir ali a sua nova moradia. E até foi mais longe: construiu quase que uma vila inteira, sinalizando que a família estava próximo de crescer. A fêmea pusera três ovos.

Coisas que só Deus pode fazer e nos permitir compreender.

SEVERINO SOUTO - SE SOU SERTÃO

JOSÉ DOMINGOS BRITO - MEMORIAL

OS BRASILEIROS: Victor Brecheret

Vittorio Brecheret nasceu em Farnese, Itália, em 15/12/1894. Escultor expoente do Modernismo no Brasil, tem diversas obras instaladas em logradouros de São Paulo, dentre as quais o “Monumento às Bandeiras”, no Ibirapuera. Considerado um dos principais artistas de vanguarda, nunca abandonou a formação clássica, ligada à arte greco-romana e renascentista e fez uso de diferentes técnicas de escultura, do mármore à terracota.

Ao perder a mãe aos 6 anos, foi criado pelo tio materno Enrico Nanni, cuja família emigrou para o Brasil quando o garoto tinha 9 anos. Só aos 30 e poucos anos é que recorreu à Justiça para inscrever seu registro de nascimento. Assim, consolidou sua nacionalidade brasileira. Quando criança, trabalhava e estudava, mas não se interessava pelos estudos. Era tímido, retraído e passava horas brincando com barro modelando figuras. Vendo seu interesse na modelação com barro, a Tia estimulou-o a se matricular no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, em 1912. Observando seu talento, os professores do Liceu incentivam-no e estudar em Roma, polo da escultura europeia.

Em 1914, através da Maçonaria, tornou-se auxiliar do escultor Arturo Dazzi, prestigiado artista que trabalhava para o rei Vittorio Emanuelle III. Ali aprendeu técnicas da tradição mesclando o clássico (Michelangelo) e o naturalismo com Auguste Rodin. Também conheceu o escultor Ivan Mestrovic, de quem sofreu influência com sua linguagem dramática e heroica. Em Roma participou de algumas mostras coletivas e foi elogiado pela crítica. Junto ao mestre Dazzi, não gostou das lições de anatomia com a dissecação de humanos e animais e abriu seu próprio ateliê, aos 22 anos, e passou a viver dizendo-se sul-americano para não ser convocado para a I Guerra Mundial. De volta ao Brasil, em 1919, reencontrou os amigos no Liceu e o novo diretor Ramos de Azevedo, que conseguiu-lhe um ateliê no Palácio das Indústrias.

Após um ano de enorme produção, foi descoberto pelos críticos e artistas modernistas, que viram em sua obra algo de novo, totalmente diferente do que existia na cena paulista. Aos poucos e em contatos com Di Cavalcanti, Mario de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti del Picchia, foi se integrando ao métier artístico até tornar-se o mestre da escultura do movimento modernista brasileiro, em 1922. Antes disso e já conceituado como escultor, recebeu a incumbência de realizar a maquete para o Monumento às Bandeira, evocando a saga dos bandeirantes, sua maior obra. Por motivos politicos, a obra só foi inaugurada 33 anos depois, na comemoração do IV Centenário da Cidade, em 1954, um ano antes de seu falecimento em 17/12/1955.

Em 1921 ganhou uma bolsa do Pensionato Artístico do Estado de São Paulo e viaja para Paris, onde viveu por 5 anos. Mesmo ausente da Semana de Arte Moderna, participou do evento com 12 esculturas, dentre as quais a famosa “Cabeça de Cristo”, mais conhecida como “Cristo de trancinhas”, que foi adquirida por Mario de Andrade. Em Paris aprofundou sua arte ao fundir 3 fontes: ênfase no volume geométrico, tratamento sintético da forma, dado pelo escultor Constantin Brancusi e estilização elegante do “art-déco”. A partir daí passou a se utilizar de formas lineares e simplificadas de cunho ornamental evocando um clima de grande serenidade. Sua vivência em Paris, foi ntensificada a partir de 1923, com chegada de Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Anita Malfati, que introduziu-o no circuito das artes, conhecendo Blaise Cendrars e os cubistas André Lhote e Léger. A partir dessa época manteve a carreira vivendo entre Paris e São Paulo, em diversas exposições.

Após 15 anos em Paris, se estabeleceu em São Paulo, realizando encomendas de esculturas públicas e trabalhos religiosos. Em 1932 fundou, junto com outros artistas, a SPAM-Sociedade Pró-Arte Moderna e passa a cultivar temas ligados à cultura indigena em esculturas de bronze ou terracota. Na ocasião, retoma sua maior obra, o Monumento às Bandeiras. Pouco depois, retornou à Paris para destativar seu ateliê e se despedir de sua namorada, que foi contra o retorno ao Brasil, pois já era famoso por lá. Em 1938 casou-se com Jurandy Helena, retratada em diversas esculturas, e teve 3 filhos. Em 1941 deu-se o concurso internacional de maquetes para homenagear Duque de Caxias. Ele venceu o concurso, entre 30 concorrentes, e a estátua de 48 metros de altura –o duque em bronze montado num cavalo sob um um pedestal de granito- foi instalada na praça Princesa Isabel, centro da cidade. Dizem que é o maior monumento equestre do mundo. Ou seja, suas duas maiores obras estão expostas em São Paulo.

Além destas grandes obras, existem outras de tamanho médio expostas noutros logradouros da cidade: Carregadora de perfumes, no Parque da Luz; Musa Impassível, na Pinacoteca do Estado; Fauno, no Parque Trianon; Graças, na Galeria Prestes Maia; Eva, no Centro Cultural São Paulo; Depois do banho, no Largo do Arouche, entre outras. Em sua fase final ampliou o interesse em representar temas indígenas na busca de uma identidade nacional. A obra O Índio e a Suaçuapara recebeu o primeiro Prêmio de Escultura Nacionnal da I Bienal de São Paulo, em 1951. Outra vertente enfocada nesta fase foi a escultura de santos, particularmente São Francisco (São Francisco e as Pombas, São Francisco com Boizinho, São Francisco com Jumento), incluindo a Cabeça de São Francisco, sua última obra.

Boa parte destas obras encontram-se hoje em coleções particulares e algumas em túmulos de cemitérios e igrejas centrais de São Paulo. Assim, tornou-se também mestre na “arte funerária”. Em 2007 foi realizada uma grande exposição de suas obras no Centro Cultural da Caixa Econõmica, em São Paulo. Uma visão completa de seu legado e obras podem ser vistas na Fundação Victor Brecheret, criado por sua filha Sandra Brecheret, através do site Fundação Escultor Victor Brecheret, onde consta uma entrevista com o escultor, realizada em 1953.

MAURÍCIO ASSUERO - PARE, OLHE E ESCUTE

DIA DO NORDESTINO

Precisei fazer uma justa correção nesse texto, publicado no último dia 12, e o dedico a dois dos pilares fundamentais da cultura nordestina: Jessier Quirino e Xico Bizerra, ambos colunistas do JBF.

SE TU QUISER pode até acreditar que a humanidade descende de Adão e Eva, mas, que nada! A ancestralidade do sertanejo, por exemplo, é ZÉ QUALQUER E CHICA BOA! Zé Qualquer é um cabôco elefantado que cheira a FLOR DE ROMÃ, matuto rezador, CABLOCO DE FÉ, devoto de Padim Ciço, mas nunca foi um MATUTO DOENTE DAS PARTES. O cabra é fã de COMICIO EM BECO ESTREITO, apaixonado por CHICA BOA, essa MENINA BONITA que lhe faz companhia, e do seu DNA surgiu uma casta de gente que faz da fé UMA MERENDA CORRIQUEIRA, que se cobre com um COBERTOR DE ESTRELAS e se energiza com o CUSCUZ DO DIA-A-DIA, tratando dores, angústias e aperreios como se fosse um FARELIM DE NADA. Quanto mais difícil a vida mais pinta com tintas de esperanças a PAISAGEM DO INTERIOR, sempre ESPERANDO A FELICIDADE, que vem na “burrinha que nunca se atrasa”, como disse Santana, O cantador. Não conheço um descendente desse casal que tenha MEDO DA SOLIDÃO, porque quando a tristeza se abeira, rezam-se logo umas QUATRO AVE-MARIA BEM CHEIA DE GRAÇA, e vai-se TANGENDO A DOR como um vaqueiro aboiador, montado no CAVALO DO TEMPO, que tira do berrante o tom só compreendido pela boiada. Essa gente sertaneja vai, sempre e todo dia, ALÉM DAS PRECES.

Zé Qualquer, que não é um Zé qualquer, é mais do que um MATUTO. Tem a capacidade de fazer cada qual se sentir UM TURISTA BRASILEIRO que se sente dançando o ÚLTIMO XOTE EM PARIS! Esse pedaço de chão castigado pela estiagem é cativante demais, pois basta ver a tuia de gente que se aventurou mundo afora e agora está VOLTANDO PRO NORDESTE, alguns entrando pelo CRATO, ARARIPE, ASSARÉ, não importa! O bom é embarcar nessa viagem e dizer VOU-ME EMBORA PRO PASSADO, tratando o tal, como se ele estivesse DO OUTRO LADO DA RUA!

Não posso esquecer o JARRIM DE FLOR pra celebrar minha PAIXÃO POR SANTINHA. Quero pisar LÉGUAS DE CHÃO caminhando com os sonhos no bisaco da saudade e como se diz que caminhar é bom, evito PROBLEMA CARDIÚCO, pra esse velho coração que não bate… só apanha!

Essa nação nordestina, com esse povo sofrido, enganado por tantos políticos cafajestes, corruptos, dentre outros adjetivos, consegue manter viva a esperança e finca-se na terra como raiz adiando ao máximo a TRISTE PARTIDA. Externa a alegria e as crenças na época de São João, dançando, cantando, curtindo um FORRÓ CHORADO. A natureza e a garra desses descendentes são COISAS PARA SE DIZER BENZÓ- DEUS! Mensurar essa força motriz não é simples, é complexo, é intrínseco da gente, é coisa para especialista, PARA UM BOM ENTENDEDOR, para UM SONHADOR IMAGINANDO, porque se não for assim, nunca vai saber que a ORAÇÃO DOS SANFONEIROS e o BOLERO DE ISABEL são ritmados no bater das asas de MIL COLIBRIS.

EU VOU DIZER UM NEGÓCIO: se o sertão vai virar eu não sei, mas sei que CANDEEIRO APAGADO não nos deixa no escuro porque a BANDEIRA NORDESTINA tem luz própria. Nóis só quer ser nordestino. Que nos cobrem o IMPOSTO DO CÚPIDO se esta for a paga pra sentir O CHEIRO DO GANGOTE DELA e depois dar aquele BEIJO DE COALHO aos diversos PORES-DO-SOL, retratados pelo pariceiro Severino Souto, que sem palavras fala tudo desse chão, desse povo, dos seus costumes. A esperança não morre; a fé se renova. É chegando humilhação E O POVO DIZENDO AMÉM. Eu sempre serei nordestino!

Esse texto é um ajuste a outro que falei sobre o DIA DO NORDESTINO, 08 de outubro, fazendo uma referência ao MR8 – Movimento Revolucionário 8 de outubro, que nasceu para homenagear Ernesto “Che” Guevara. Ele foi capturado na Bolívia em 08 de outubro pelas tropas comandadas pelo Capitão Gary Padro Sálmon e no dia 09 de outubro de 1967 foi fuzilado pelo Tenente Mário Téran, acabando ali seu sonho de implantar o comunismo nessas bandas da América Latina. Sua experiência vitoriosa em Cuba fracassou diante do cerco que lhe foi imposto pelas tropas do Capitão Sálmon. “Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás”. Quando vivi meus dias de revolucionário, minha bandeira principal era acabar com os quartéis para usar as terras e construir casas para a população, eu achava divino esse lema e até cheguei a substituir, por um longo tempo, por outro que dizia “Ama a teus inimigos”.

Então, 08 de outubro tem se recheado de mensagens destinadas aos nordestinos e acabei me sentindo mais confortável com isso. De repente percebi que vivo numa nação de sonhos mais palpáveis que os de Guevara. Numa nação enorme de uma gente espezinhada, enganada por uma casta de políticos enriquecidos ao desviar dinheiro destinado para combater a seca do nordeste. Canalhas! Pagarão até o último cetil como disse um cabeludo há mais de dois mil anos.

Então, tinha escrito um texto sem muita pretensão, brincando com os títulos das poesias do Cardeal Jessier Quirino, até que outro baluarte da cultura nordestina, Xico Bizerra, fez um comentário por uma citação ao FORROBOXOTE. Daí, eu senti que não havia sido justo em não ter estendido o texto para citar a obra desse camarada pelo que tenho uma profunda admiração. Assim, juntei cimento, areia, brita, água e palavras e construí um texto misto com parte da arte desses dois baluarte da cultura nordestina. A ambos, meu abraço.

DEU NO JORNAL

A BABAQUICE CANHOTA NÃO TEM LIMITES

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou em primeiro turno um projeto de lei maluco, primor de intolerância e obscurantismo, que determina a substituição de monumentos e homenagens na capital paulista “que façam menções a escravocratas”.

Isso significa, na prática, que até o Palácio Anchieta, onde funciona a Câmara, vai ter que mudar de nome porque ONGs racialistas e ignorantes resolveram acusar o padre, importante personagem da História do Brasil, de “defender a escravidão”.

No falecido regime da URSS, ditadores costumavam falsificar a História “apagando” figuras que caíam em desgraça das fotos ao lado do ditador.

Se aprovada a maluquice, até o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo, teria que mudar o nome.

Quem acha que isso ficará inscrito no anedotário político, esse projeto de uma vereadora do Psol foi aprovado por 30×14 votos em primeiro turno.

Vereadores deram dois votos a mais que o necessário, na aprovação em 1º turno.

Se obtiver 38 em 2º turno, seguirá para sanção do prefeito.

* * *

Isto aconteceu na Câmara de Vereadores da maior e mais importante cidade do país.

É phoda!!!!

É pra arrombar a tabaca de Xolinha!!!!

E tinha mesmo que ser um projeto apresentado por uma babaca descerebrada do Psol, aquela sigla bostosa que está localizada no mais baixo nível no esgoto zisquerdal.

Se algum leitor fubânico souber o nome dessa idiota, me diga, por favor.

Estou aqui com uma garrafa de cerveja pra mandar de presente pra ela.