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DEU NO X

MAURÍCIO ASSUERO - PARE, OLHE E ESCUTE

O X DA QUESTÃO

A recente polêmica entre Alexandre de Morais e Elon Musk sobre bloqueio de contas no X, tem reações favoráveis e contra. Reações favoráveis por parte de todos aqueles que entendem que o ministro tem esse poder e que pode impedir, tranquilamente e seu bel prazer, qualquer pessoa de se pronunciar publicamente. A liberdade de expressão tem limite na lei e não na opinião particular e pessoal de um ministro. O limite da liberdade de expressão está claramente tipificado no Código Penal: calúnia, injuria e difamação.

Seria engraçado, se não fosse tétrico, as ações de Alexandre de Morais diante a negativa de Musk em bloquear as contas sugeridas e mais ainda sua irritação à pergunta sobre o motivo de ele querer implantar a censura no Brasil? O cara não gostou e imediatamente incluiu Elon Musk no inquérito das mídias digitais. Vejam, a extensão da questão: o cara não é brasileiro, não mora no Brasil, emitiu uma opinião de quem vive num país, absolutamente democrático, e deixou claro que o bloqueio de uma conta no X é decorrente da violação do termo de uso. Nenhum dos pedidos de Alexandre se enquadrava nesse questão, mas apenas na sua vontade megalomaníaca de considerar qualquer palavra contra ele, o STF, o presidente ou membros da esquerdas, como violações constitucionais irreversíveis.

Vamos fazer uma breve comparação: a constituição americana tem 7 artigos, vigente a pouco mais de 200 anos, e ao longo desse tempo recebeu 27 emendas. A primeira emenda, veja bem, a primeira emenda diz que o congresso não pode criar leis que impeça a liberdade de expressão. Este é o mundo de Elon Musk. Agora, a constituição brasileira tem 250 artigos, 36 anos de vigência, e 127 emendas. Esse é o mundo de Alexandre de Morais.

O inciso IV do artigo 5º da nossa constituição diz que “é livre a liberdade de expressão, sendo vedado o anonimato”. Até onde sei, todas as pessoas que publicam no X são plenamente identificadas. Logo, descarta-se o anonimato. O que sobra então? Alexandre de Morais prende, julga e condena qualquer pessoa com base no que ele classificou com crime de opinião. O que vem a ser um crime de opinião? Nada que esteja tipificado no Código Penal. Não existe uma linha no CP que trate de crime de opinião, portanto, a falta de cabelo na cabeça aqueceu demais os neurônios e onde havia sinapses passou a ter cola de PVC.

Dito isso, cabe trazer algumas perólas sobre o X da questão começando pelo senador medíocre Ranolfo Rodrigues. O cara fez uma defesa impressionante de Alexandre de Morais – a que ele no passado queria o impeachment – e publicou sua lamúria…no X. absolutamente ridículo, mas compreensível para uma mente que é capaz de entrar numa piscina usando máscara.

Outros membros do governo se apressaram em condenar Musk, mas ganharam o esforço supremo da mídia que recebe Pix do governo para dizer que tudo está bom, que a gente vive num país democrático, que a imprensa é imparcial, mas até o momento, por exemplo, nem imprensa, nem polícia, nem deputadas, feministas ou qualquer coisa semelhante, ocupou as redes para falar das porradas que Luís Cláudio deu na esposa. “Dura lex, sed látex”… a lei é dura, mas estica.

Cabe lembrar que o X foi banido de alguns países como China, Mianmar, irã, Cuba, Coreia do Norte, Rússia e Turcomenistão, ou seja, o que há de comum nesses países é que a informação que chega à população deve ser aquela que o governo oferece. Não há liberdade de expressão nesses países e muita gente está querendo que o Brasil siga pelo mesmo caminho.

Sem sombra de dúvidas, Elon Musk vai perder dinheiro. O governo, por exemplo, já comunicou que não usará mais o X para divulgar suas ações. Outras empresas suspenderão seus anúncios, por absoluto receio de perseguição, não por discordar do ponto de vista de Musk, entretanto, ele declarou que a questão não é apenas lucro.

Em adição a esta decisão, foram retiradas 27 antenas de internet da Starlink que fornecia acesso as escolas e a população ribeirinha da amazonas. Agora, numa necessidade essa polução fará sinais de fumaça. Não tem perigo porque os focos de inocência por lá estão muitos elevados.

Finalmente, eu digo como Caetano Veloso: “é proibido proibir”. Ele pode ter mudado de opinião. Eu, não.

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WELLINGTON VICENTE - GLOSAS AO VENTO

BODEGA NORDESTINA

Na bodega nordestina
Tem, além da aguardente,
Anzol, espoleta, charque,
Cajuína, escova, pente,
Tem Conhaque de Alcatrão
E um rádio Campeão
Pro dono escutar Repente.

O colunista fubânico Jesus de Miúdo na bodega do também colunista Jessier Quirino

DEU NO JORNAL

SIMPLES ASSIM

O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) acusa fake news de Lula após o petista dizer que a economia voltou a crescer.

“A única coisa que voltou a crescer foi a rejeição do descondenado”, disse ele.

* * *

Como o Ladrão Descondenado é o maior mentiroso da republiqueta banânica, então é muito fácil a gente tirar conclusão de tudo que ele fala.

Se diz uma coisa, a verdade é outra.

Simples assim.

O que realmente voltou a crescer não foi a economia: foi a inflação.

Tá na cara, tá escancarado.

Nem a tropa que faz o “L” consegue desmentir isso.

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CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

JOSÉ ROBERTO – SANTO ANDRÉ-SP

Fritando o “ovo”.

O cabeça de ovo, todo poderoso e arrogante, cometeu um erro crucial.

O “Miministro” resolveu inserir Elon Musk no malfadado relatório das Fake News.

O resultado disso? Creio que será uma avalanche avassaladora.

Musk passou a ser parte diretamente interessada no inquérito. Moraes pretende manter sigilo dos autos? Como poderá negar a uma parte, e que parte, o direito de saber do que está sendo acusado? Na guerra travada de nada vai adiantar aplicar multas.

Ameaças e/ou perseguição política serão inúteis contra Elon Musk.

Aí você pergunta: Tá, e daí?

Posso não ter a resposta mas tenho convicção que agora é só uma questão de tempo para termos no prato dos brasileiros um “ovo bem frito”.

Um cara que dá ré em foguete não entra em uma contenda por LIBERDADE para perder.

Vou ficar com meu prato na mão aguardando. O óleo tá bem quente!

JOSÉ DOMINGOS BRITO - MEMORIAL

AS BRASILEIRAS: Aracy Rosa

Aracy Moebius de Carvalho Guimarães Rosa nasceu em Rio Negro, PR, em 5/12/1908. Diplomata e poliglota, trabalhou no consulado brasileiro em Hamburgo, Alemanha. Ficou conhecida como “O Anjo de Hamburgo”, devido a ajuda que prestou a muitos judeus a entrarem ilegalmente no Brasil a partir de 1938, com a proibição estabelecida no Governo Vargas.

Filha de Sidonie Moebius de Carvalho e Amadeu Anselmo de Carvalho, dono do Grande Hotel de Guarujá, onde passou a infância. Casou-se aos 22 anos com Johann Eduard Ludwig Tess, com quem teve um filho e separou-se 5 anos depois, indo morar com a tia na Alemanha. Dominando 4 idiomas, foi trabalhar no consulado brasileiro, chefiando a Seção de Passaportes. Em 1938 passou a vigorar no Brasil a circular secreta nº 1.127, restringindo a entrada de judeus no País. Ela ignorou a restrição e não colocava a letra “J”, identificando quem era judeu, nos vistos de entrada, permitindo com isto a livre entrada no Brasil.

Por essa época conheceu João Guimarães Rosa, cônsul adjunto, e passaram viver juntos até 1942, quando o Brasil rompeu relações diplomáticas com a Alemanha e apoiou os países aliados na II Guerra Mundial. Devido a eclosão da guerra, o retorno ao Brasil teve algumas dificuldades. Ficaram 4 meses sob custódia do governo alemão e só foram liberados após uma troca por diplomatas alemães. Como ambos eram divorciados, tiveram que se casar no México.

Aracy ficou conhecida pela ajuda que prestou aos judeus, salvando-os do Holocausto. Mas pouco se fala de sua importância na vida do marido como escritor. As pesquisadoras Elza Miné, da USP-Universidade de São Paulo, e Neuma Cavalcanti, da UFC-Universidade Federal do Ceará, estudaram as cartas do casal e encontraram informações reveladoras: “Serás tudo para mim: mulher, amante e companheira. Sim, querida, hás de ajudar-me a escrever os nossos livros. Tu mesma não sabes o que vales. Eu sei. Serás, além de inspiradora, uma colaboradora valiosa, apesar ou talvez mesmo por não teres pretensões de ‘literata pedante”, escreveu Rosa em 1942.

Noutra carta, de 1946, escreveu: “O teu, o nosso Sagarana está quase pronto. Pegue um exemplar para nós. Seria uma alegria dupla: a chegada de ARA e SAGARANA. Mas em caso de perigo, joga fora o Sagarana e venha só a ARA, que é 300 bilhões de vezes mais importante para mim”. Sua obra prima Grande Sertão: Veredas foi dedicada a ela em 1956. Conta-se que ela não apenas revisava os textos do escritor; eventualmente modificava algumas partes.

Anos depois ela voltou a ajudar perseguidos políticos. Em 1964, após o Golpe Militar, deu guarida a alguns intelectuais e compositores, como Geraldo Vandré, de cuja tia Aracy era amiga. Em 8/7/1982, o governo de Israel incluiu seu nome no Jardim dos “Justos entre as Nações” do Museu do Holocausto, devido a sua bravura na salvação de muitos judeus do extermínio comandado pelo nazismo. A homenagem foi realizada, também, no Museu do Holocausto de Washington, nos EUA.

Ficou viúva em 1967 e mais tarde foi acometida pelo mal de Alzheimer, vindo a falecer em 28/2/2011, aos 102 anos. Foi sepultada no Mausoléu da ABL-Academia Brasileira de Letras, ao lado de seu marido. No mesmo ano a historiadora Mônica Schpun lançou sua biografia enfatizando o feito heroico: Justa: Aracy de Carvalho e o Resgate de Judeus: Trocando a Alemanha Nazista pelo Brasil, publicado pela editora Civilização Brasileira, em 2011.

A história de Aracy foi retratada também no documentário “Esse viver ninguém me tira”, de Caco Ciocler, produzido em 2014, à disposição no Youtube. O governo brasileiro entrou no rol das homenagens, em 2019, quando os Correios fizeram circular 54 mil selos especiais com sua imagem estampada. Mais tarde, a TV Globo em parceria com a Sony Pictures Television, exibiu a minissérie Passaporte para a liberdade, em 2021, mostrando sua trajetória.