DEU NO X

PEDRO MALTA - REPENTES, MOTES E GLOSAS

UMA DUPLA EM CANTORIA E UM CORDEL DE PARAIBÊS

A talentosa dupla de cantadores Rogério Menezes e Chico Alves em duas cantorias:

O açude Tá cheio, o chão molhado

* * *

Desafio em Galope a Beira-Mar

* * *

DICIONÁRIO DE PARAIBÊS – Vicente de Campos Filho

Todos sabem no Brasil
Que o idioma é português
Assim como lá na França
Todos falam o francês
Por isso, na Paraíba
Falamos PARAIBÊS.

Quem não tem dinheiro é LISO
Quem é rico é ESTRIBADO
Não ter como cair morto
É ser LISO E LASCADO
Quem não dá sorte é PÉ FRIO
Quem tem sorte é CAGADO.

Axila é SUVACO
Cisco no olho é ARGUEIRO
Longe é LÁ NA CAIXA PREGO
Matuto é BERADEIRO
O alcoólatra é PINGUÇO
Mas também é CACHACEIRO.

Um mal cheiro é uma CATINGA
Também pode ser INHACA
Na axila é SUVAQUEIRA
Quem fecha um botão ATACA
Quem se vai PEGA O BECO
Quem entra em casa EMBURACA.

Longe é a BAIXA DA ÉGUA
O ali é ACULÁ
Devagar é SÓ NA MANHA
Correr é DESIMBESTAR
O de cima é o de RIBA
Botar no chão é ARRIAR.

Mulher bonita é VISTOSA
Mulher feia é CANHÃO
Quem se zanga DÁ A GOTA
Quem dá bronca DÁ CARÃO
Menino que anda lento
OH… MENINO REMANCHÃO!

O otário é MANÉ
O malandro é MALAQUIA
Estar com pressa é AVEXADO
Dizer: “Vem logo” é “AVIA”
E quem se espanta com algo
Diz assim: “AFF MARIA!”.

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DEU NO X

J.R. GUZZO

O RETRATATO ACABADO DA CPI DA COVID

Se o Brasil tivesse instituições que valessem uma nota de 2 reais, e políticos com a qualidade profissional de um flanelinha, não teria acontecido uma aberração tão miserável como essa CPI da Covid. Tendo acontecido, não poderia ter nomeado um presidente investigado por corrupção alguns anos atrás pela Polícia Federal – sua própria mulher e três irmãos foram para a cadeia sob a acusação de meterem a mão em verbas da saúde. Também não teria um relator como esse que está aí, com nove processos penais no lombo e a fama pública de ser um dos políticos mais enrolados do Brasil diante das leis criminais. Não poderia, igualmente, ter como vice-presidente um indivíduo que não entendeu até agora o que é uma investigação parlamentar séria, que já deu provas repetidas de histeria e trata como criminosos e inimigos da pátria todos os depoentes que fazem parte da sua listinha negra pessoal.

A CPI do Senado não investiga nada – existe unicamente para a mídia e a oposição conduzirem, há três meses, um show contra o governo. Centenas de depoimentos, diligências, perícias e tudo o mais foram se amontoando uns sobre os outros sem deixar claro, com um mínimo de competência no trabalho investigatório, o que houve realmente de errado, quem errou, quando, onde, no que e como. Não há um único inquérito penal que possa levar à condenação de alguém, mesmo porque não há nenhuma prova decente a respeito de nada ou de alguém até agora. Milhões de reais de dinheiro público são queimados em troca de literalmente coisa nenhuma.

O vice-presidente da CPI, que desde o começo do espetáculo quis disputar a boca de cena com os outros dois, parece ter encontrado de algum tempo para cá o papel que mais lhe satisfaz; talvez, sem saber, esteja tendo a grande oportunidade de colocar para fora, à vista de todos, o que realmente sempre quis ser e até agora esteve escondido nas dobras da sua estrutura psicológica. Está se revelando, talvez mais que os outros, um policialzinho frustrado e subitamente portador de uma farda desses – que sempre sonhou com um revólver na cinta e uma carteirinha escrita “Polícia”, para intimidar as pessoas e se comportar como o pequeno ditador de quarteirão que tanta gente conhece e lamenta.

Nada deixa o senador mais feliz do que chamar os jornalistas para ameaçar alguém de prisão – como no caso de um empresário acusado por ele de “evadir-se”, para não comparecer à um interrogatório na delegacia de polícia que está armada no Senado Federal. É o seu jeito de ser “autoridade” – através da repressão, como sonha boa parte da esquerda neste país. É o seu jeito de aparecer no noticiário. É um retrato acabado desta CPI.

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

BOAVENTURA BONFIM – FORTALEZA-CE

Caro Editor Berto,

Vale a pena ouvir o ex-Ministro Ciro Gomes, uma cabeça pensante deste Brasil fascinante:

“Lula vai continuar protegendo os mais ricos, como fez em seu governo”.

Vejamos o vídeo.:

R. “Cabeça pensante”???

Gostei da tua ironia, seu cabra gozador.

Esse babaca desse Ciro, que se faz de doido pra enganar a plateia do circo, já tem tempo que não aparece aqui nesta gazeta escrota.

Parei de dar espaço a este oportunista pra não poluir os ares do nosso jornaleco.

Mas quem manda nesta espelunca são vocês, os leitores, a alma viva do JBF.

E vamos ver o vídeo que você nos mandou.

Um canalha falando de outro canalha:

BERNARDO - AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

MAGNOVALDO BEZERRA - EXCRESCÊNCIAS

UM VOO DA VASP PARA JOINVILLE, SC

Avião da antiga VASP

Um dos grandes amigos, daqueles “brothers” mesmo, Benjamim H., era conhecido entre nós como o “Besouro”, tal a intensidade e baixa frequência de sua voz. Não existia nenhuma maneira de ignorá-la quando Benjamim falava.

Éramos colegas de trabalho em uma empresa metalúrgica em São Paulo, ele na área comercial e eu na industrial.

Em meados do ano de 1990 fomos instruídos a ver um Cliente em Joinville, SC, onde algumas questões técnico-comerciais reclamavam nossa presença. No dia marcado, uma segunda-feira, já estávamos dentro do avião da VASP às 8 horas, esperando a decolagem que deveria ocorrer às 8:30. Para matar o tempo, Benjamim vasculhava a seção de autos no jornal do domingo para decidir o preço a pedir pelo seu Opala, que seria posto à venda no final de semana seguinte.

E nada de o avião decolar.

Atrás de nós um casalzinho recém casado estava indo em lua-de-mel para o sul, pombinhos arrulhando suaves murmúrios preparatórios para os doces embates a serem travados nos aconchegantes rincões sulistas.

E nada de o avião decolar.

Os passageiros começavam a ficar nervosos.

Imaginávamos que o tempo fechado era a causa da demora na partida, mas uma comissária, aperreada com as queixas dos passageiros e pedindo desculpas, informou que a causa da demora era a falta da tripulação técnica. Era, na verdade, a falta do comandante, que estava atrasado para o voo.

Bem, depois de mais de meia hora chegou a tal tripulação técnica: era um baixinho enfezado, com a cara trancada, que subiu a escada do avião de quatro em quatro degraus, não cumprimentou ninguém, entrou direto na cabine, já ligou os motores enquanto a porta era fechada e nem esperou que eles esquentassem. O avião foi direto para a cabeceira da pista, começou a acelerar antes de fazer a curva do início da pista, engatou uma quinta e embicou para as nuvens com toda a potência. Cinco minutos depois o avião entrou em uma nuvem de tempestade exatamente quando deixou de subir e nivelou o voo, passando a sofrer forte turbulência. Com tudo isso acontecendo o silêncio dentro do avião ficou estrondoso.

Quero dizer, silêncio total até quando o Benjamim, sabendo do preço declinante do seu Opala, disparou seu vozeirão e apregoou alto em bom som:

– Ih, Magno, está caindo!

O casalzinho atrás esbugalhou os olhos e a jovem recém casada dirigiu-se para meu colega e, mais branca que bunda de norueguês, perguntou quase chorando:

– Moço, é sério que o avião está caindo?

Claro, meu colega e amigo estava se referindo ao preço dos Opalas usados, mas sua voz poderosa, em função das circunstâncias, ressoou com um sentido diferente. Após a explicação, houve um suspiro generalizado de alívio. Chegamos a Joinville sem maiores problemas.

Tenho certeza de que a lua de mel do jovem casal ocorreu da maneira mais feliz possível.

A PALAVRA DO EDITOR

FIM DE MÊS, FIM DE SEMANA

Aqui no Recife a sexta-feira amanheceu bonita e com muito sol, ao contrário do tempo frio que acontece em várias partes deste Brasil, conforme vejo no noticiário televisivo.

Chupicleide, secretária de redação, começou o dia com um grito.

Um brado no qual ela usou o mais novo neologismo que a vagabundagem inventou nos últimos tempos:

– Sextou!!!

Ou seja, é dia de cair na gandaia e encher o rabo de aguardente e cerveja, tirando o gosto com rolinha frita e sarapatel de porco no Bar da Tripa, bairro do Totó, em Jaboatão dos Guararapes, que fica aqui na Grande Recife.

Ela e Bosticler, o nosso faxineiro, já me pediram dinheiro, se aproveitando da generosidade dos nossos leitores.

As doações dos fubânicos Elienay Ribeiro, Arthur Henrique, Boaventura Bonfim, Afonso Jair e Pedro Moura já estão na conta desta gazeta escrota.

Além do adiantamento de dinheiro pra Chupicleide e Bosticler, vou também providenciar uma ração especial pro mascote desta gazeta escrota, o jumento Polodoro.

Os dois, Chupicleide e Polodoro, estão aqui com os dentes arreganhados de felicidade.

Vocês são a força que mantém esta gazeta escrota nos ares e que cobrem as despesas com hospedagem e manutenção técnica feita pela empresa Bartolomeu Silva.

Chupicleide afirma, assevera, assegura e garante que as contribuições dos nossos leitores voltarão em forma de muita alegria, amor, paz, tesão, saúde e vida feliz.

E torce pra que sejam abrandados os corações dos miscos, dos unhas-de-fome e dos pirangueiros.

Amanhã termina o mês de julho, termina o primeiro semestre e começa um final de semana que será excelente pra toda a comunidade fubânica!!!

E, pra fechar a postagem, Roberta Sá e Martinho da Vila cantando pra embelezar e alegrar o nosso dia:

SEVERINO SOUTO - SE SOU SERTÃO