DEU NO JORNAL

MANIFESTAÇÕES GIGANTESCAS ABALARAM O PAÍS

Manifestantes fizeram carreatas contra o presidente Jair Bolsonaro em várias cidades do país neste sábado (23).

Parte dos participantes dos atos levou bandeiras de movimentos sociais, partidos políticos e entidades sindicais.

Além de pedir “vacina já”, os manifestantes também pediram a saída de Bolsonaro.

R. O Brasil inteiro parou ontem e as ruas ficaram entupidas de manifestantes.

Aqui mesmo no Recife a concentração foi tão gigantesca que as imagens não couberam na tela do noticiário da Globo.

A cidade inteira participou do fantástico evento.

Eu vi com estes meus dois olhos curiosos!!!

E no resto do Brasil a cena se repetiu.

Foi gente demais exigindo a queda do presidente.

Peço aos nossos leitores que mandem imagens, fotos e vídeos, das manifestações do “Fora Bolsonaro” aí em suas cidades.

Serão todas publicadas para reforçar este movimento patriótico e democrático, que está de acordo com o desejo de 98% da população do país.

Temos que tirar esse sujeito do Palácio do Planalto antes de 2026.

Em Brasília, sede do poder executivo, a gerente do partido que é de propriedade do ex-presidiário Lula, Gleisi Hoffmann, codinome Amante na lista de propinas da Odebrecht, se atrepou-se na carroceria de um caminhão e espalhou tanta pamonha que chega congestionou as largas avenidas da capital federal. 

Vocês não tenham dúvida: dessa vez Bolsonaro cai mesmo.

A PALAVRA DO EDITOR

A DECADÊNCIA CULTURAL DA EUROPA. E O BRASIL?

Durante anos, interrompidos agora pela covid-19 e suas cautelas, tive a graça de, com minha mulher, viajar de carro em roteiros europeus conhecendo centros históricos, cidades medievais e catedrais góticas. Foram verdadeiros encontros de comunhão com nossa cultura e com as raízes ocidentais do cristianismo, deixadas para nosso proveito num tempo em que os povos faziam arte para Deus. Em 2010, numa viagem pelos Alpes, comentei com minha mulher: “Depois de tanto ver belezas que os homens ofereceram ao Senhor, aqui estamos embevecidos com a insuperável beleza que Ele ofereceu aos homens”. Nos Alpes se sente a mão de Deus fazendo paisagismo.

Nessas ocasiões, atravessamos cidades e vilas, fugindo das autoestradas para melhor conhecermos o interior dos países e de suas regiões. A sequência era sempre esta: rodava-se no meio rural, chegava-se à periferia de transição, com casas simples, mas todas abastecidas de lenha para o inverno (quase sempre guardada sob um telheiro na frente de casa); entrava-se no meio urbano e saia-se numa repetição da cena anterior, voltando ao ambiente rural. Nunca vimos malocas. Nunca vimos miséria. Recentemente, porém, a Europa começou a mudar.

Não vou entrar na polêmica questão das causas da mudança. Quero apenas lembrar que esse continente, muitas de suas catedrais, de seu patrimônio material e sua economia foram destruídos por duas guerras no século passado. A fome era endêmica e se prolongou pelos anos 50. Anos de reconstrução! Quem conviveu com europeus oriundos desse período percebe o valor que dão a qualquer alimento. E ao trabalho.

O que me deixa perplexo é ver o pacífico Brasil, encalhado na superfície de problemas que precisaria resolver para desfrutar do privilégio de viver uma vida boa em ambiente nacional tão bem dotado para isso. A reconstrução da Europa ocorreu graças à qualidade de seus recursos humanos, à sua cultura, ao valor que seus povos atribuem à Educação e às suas boas instituições políticas. A maior fonte de riqueza de um país é a atividade criativa e produtiva de seu povo.

No Brasil desconsideramos nossas questões institucionais, exceto para falar mal delas, como se lhes coubesse dar jeito em si mesmas. Não atribuímos importância à nossa educação. Toleramos sua instrumentalização. Admitimos que o sistema se desinteresse pelo futuro de quem encerre ali seu ciclo de estudos. Fingimos não ver o quanto o sistema induz a estudar o mínimo (o que mais adiante equivale a tentar vencer na vida sem se esforçar). Estudar cansa. Ler é chato. Chegamos à cultura do lixo musical, do feio, do hediondo, do satânico, do “som”. E à morte da beleza, da harmonia e da poesia por indigência e abandono.

Certa feita, falando sobre isso num programa de TV, chamei de lixo o conteúdo musical geralmente disponibilizado nos meios de comunicação e colhi resposta indignada de um telespectador que me “insultou” chamando-me “crítico de arte”. Quem era eu para dizer se algo era arte ou não? Respondi felicitando-o pelo esplêndido dom com que fora agraciado. Para ele, tudo que chegava aos seus ouvidos era música e poesia. Fosse batida de porta, panelaço, motocicleta com descarga aberta, ou caminhão subindo a lomba.

Há problemas de concepção num sistema que prioriza os investimentos federais num ensino superior em que a mais bem conceituada universidade brasileira é a 115ª do mundo, a segunda melhor já pula para o 233º lugar e a terceira vai ao 380º lugar. Só para manter a roda girando estamos graduando milhares de jovens em cursos universitários de pouca ou nenhuma utilidade para eles mesmos. Esses problemas se revelam maiores quando se vê a posição do estudante brasileiro nos ensinos fundamental e médio. Entre 79 países, o Brasil alcançou, em 2018, o 57º lugar em leitura, 64º em Ciências e 70º em matemática.

E viva Paulo Freire!

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

LUIZ MEZETTI – VITÓRIA-ES

Um estudo em 10 hospitais chineses foi iniciado, começando já em janeiro de 2020.

Quando eles descobriram que 100 pacientes chineses se saíram melhor com cloroquina do que controles, uma conferência foi realizada sobre o assunto em 15 de fevereiro, na China.

Os resultados preliminares foram publicados como uma carta a um jornal em inglês, alegando que eles descobriram que a droga era eficaz contra a pneumonia associada ao COVID-19.

A cloroquina foi incluída nas diretrizes para o tratamento de COVID-19 publicadas pela Comissão Nacional de Saúde da República Popular da China.

Em 23 de fevereiro, sete estudos chineses de cloroquina ou HCQ e COVID-19 foram adicionados ao Registro de Ensaios Clínicos da China.

Para acessar:

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FERNANDO ANTÔNIO GONÇALVES - SEM OXENTES NEM MAIS OU MENOS

TERRA DE ALTOS COQUEIROS

Diante das últimas patacoadas públicas praticadas por presidente, ministros e governador de estado rico, o palmarense Luiz Berto, autor do lido, relido e sempre muito atual O Romance da Besta Fubana, está coberto de razão: “Pode-se perdoar tudo num homem, menos que não bote força para deixar de ser burro”. E se juntar tal ensinamento com outra sabedoria dele – “Humildade demais não faz bem ao caráter de um cidadão decente” – pode-se inferir, sem medo de errar, que as duas vertentes parecem estar ausentes há anos do cotidiano da vida pernambucana, da terra dos altos coqueiros, imortal, imortal. Para tristezas múltiplas dos hoje recifensizados, que para aqui se deslocaram nos anos cinquenta. E que se sentem tão maurícios quanto os outros, até com mais responsabilidades, posto que, “estrangeiros”, buscam social e profissionalmente retribuir da melhor maneira a hospitalidade oferecida pelos daqui.

O Mário Souto Maior, pesquisador da cultura popular, também daqui deslocado para o Alto, vindo de Bom Jardim, cidade natal de gente boa, tinha a consciência plena de não deixar esborralhar as trilhas fecundantes já percorridas por Luiz da Câmara Cascudo, Edison Carneiro, Napoleão Figueiredo, Manuel Diegues Junior e tantos outros que estudaram o nosso folclore, sempre atentos para a erradicação dos alienados de sempre, deseducados e eternos adoradores acríticos de feitos e fatos alienígenas.

No Nordeste, para evitar a multiplicação dos parlapatões, o Mário Souto Maior, contemplado com duas citações no Dicionário Aurélio Eletrônico For Windows, Editora Nova Fronteira, exerceu um eficaz papel de “desabestalhador”, evitando que se fique “despido de respeito” quando o regional for aflorado em conversas acadêmicas ou mundanas. Num dos seus livros, Riqueza, alimentação e folclore do coco, edição custeada do próprio bolso, ele possibilita ao leitor uma visão da cultura do coco na Zona da Mata, das suas páginas se podendo extrair várias iniciativas.

Uma das ilações da pesquisa do Souto Maior prende-se à área alimentar. Os restaurantes do Recife, tão avaros em sobremesas regionais, encontrariam no livro sobre a cultura do coco um montão de sugestões deliciosas. Quem não apreciaria, findo almoço ou janta, provar uma baba-de-moça? Ou uma cocada, a branca feita com açúcar cristalizado e a preta com mascavo, ambas de deixar água na boca, rememorando Nando Cordel, esse danado de bom do forró. Quem sabe fazer uma fritada-de-camarão sem o próprio, que está caro pra caralho, reservado apenas para os dias de comemoração festiva? No livro do Mário, a receita se encontra detalhada tim-tim por tim-tim, sem um mil-réis de omissão. E muitas outras preciosidades de inundar o céu de boca, mesmo em época de pandemia bravia: quejadinha, sabongo, beiju, bolo-caroço-de-jaca, quindins, lelê e vira-vira, ficando por aqui para não deixar leitor do JBF babando.

A medicina empírica também marca presença na publicação do Mário: lavar a cabeça, manhã bem cedinho, com água de coco, dá ótimos resultados; chá da bucha de coco para hepatite; óleo de coco pra chulé de menino e adulto; azeite de coco para bicho-de-pé e mijada-de-potó; chá de estopa de coco para urina solta. Inúmeras outras mostram a utilização extra alimentar do coco e seus derivados.

O texto do Souto Maior destina-se aos bravos guerreiros, de soberbo estendal, que desejam ser modernos, século 21, sem perder as características regionais mais marcantes, sem jogar na lata dos imprestáveis os contextos folclóricos que sedimentaram um caminhar comunitário mais que tricentenário, arretado de muito ótimo.

A partir de uma leitura do livro do Mário, sabe-se de muitas coisas, não se torna um coco-de-pau de qualquer enjoado-como-farinha-de-coco. Nem se deixa levar-no-coco por qualquer catemba-de-coco travestida de doce-de-coco, que busca tirar-o-coco com os mais desatentos, sem camisinha alguma.

PENINHA - DICA MUSICAL

DEU NO X

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

RUBENS DA CRUZ – BELO HORIZONTE-MG

Caro Editor:

A rejeição de Bolsonaro chegou a 100%.

Esta rejeição é entre mulheres do sovaco cabeludo e homens do sovaco depilado.

A mesma rejeição que ele tem entre corruptos e esquerdistas.

Saudações das Alterosas!

PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

REGRESSO AO LAR – Guerra Junqueiro

Ai, há quantos anos que eu parti chorando
Deste meu saudoso, carinhoso lar!…
Foi há vinte?…há trinta? Nem eu sei já quando!…
Minha velha ama, que me estás fitando,
Canta-me cantigas para eu me lembrar!…

Dei a volta ao mundo, dei a volta à Vida…
Só achei enganos, decepções, pesar…
Oh! a ingénua alma tão desiludida!…
Minha velha ama, com a voz dorida,
Canta-me cantigas de me adormentar!…

Trago d’amargura o coração desfeito…
Vê que fundas mágoas no embaciado olhar!
Nunca eu saíra do meu ninho estreito!…
Minha velha ama que me deste o peito,
Canta-me cantigas para me embalar!…

Pôs-me Deus outrora no frouxel do ninho
Pedrarias d’astros, gemas de luar…
Tudo me roubaram, vê, pelo caminho!…
Minha velha ama, sou um pobrezinho…
Canta-me cantigas de fazer chorar!

Como antigamente, no regaço amado,
(Venho morto, morto!…) deixa-me deitar!
Ai, o teu menino como está mudado!
Minha velha ama, como está mudado!
Canta-lhe cantigas de dormir, sonhar!…

Cante-me cantigas, manso, muito manso…
Tristes, muito tristes, como à noite o mar…
Canta-me cantigas para ver se alcanço
Que a minh’alma durma, tenha paz, descanso,
Quando a Morte, em breve, ma vier buscar!…

Guerra Junqueiro, Freixo de Espada À Cinta, Portugal (1850-1923)

DEU NO X

SEVERINO SOUTO - SE SOU SERTÃO