A PALAVRA DO EDITOR

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SEVERINO SOUTO - SE SOU SERTÃO

CÍCERO TAVARES - CRÔNICA E COMENTÁRIOS

“COMESSE FILÉ JÁ HOJE?”

Havia num determinado quartel muitos recrutas aspirantes a tão sonhada carreira de soldado, subtenente, cabo, sargento, tenente, suboficial, dentre outras patentes mais elevadas.

Todas as vezes que os recrutas se encontravam no pátio para fazer as devidas continências, ouvir o discurso do superior, cantar o Hino da Bandeira e o Hino Nacional, um por um, os recrutas iam perguntando entre eles:

– Comesse filé já hoje? Já comesse filé já hoje? E os outros respondiam: Sim! Sim! Sim! Sim!

Essa cantilena se repetia todos os dias, o que deixava o capitão ouriçado, sem entender patavina nenhuma daquele linguajar de gueto.

Um dia o capitão amanheceu emburrado, virado num tamanduá-açu cheio de manguaça, enquanto reunia os recrutas no pátio para cantar o Hino da Bandeira e o Hino Nacional, ouvia-os repetirem as mesmas ladainhas:

– Comesse filé já hoje? Já comesse filé já hoje?

Quando terminou a greia do “já comesse filé já hoje”, o capitão, com voz de trovão e cheio de moral, curioso para saber o significado daquele linguajar de malocas, perguntou ao último recruta que ficou no pátio:

– E você aí, rapaz, já comeu filé já hoje?

Surpreso com a pergunta embaraçosa do capitão e com medo de omitir a verdade e depois ser repreendido por ele, o recruta respondeu:

– Capitão, o filé sou eu!

Discreto, o capitão fingiu que nada entendeu. Mandou o recruta acompanhar os outros noviços na limpeza do capinzal, e advertiu-o:

– No mato, só tenha cuidado com a urtiga brava ou a cobra jiboia. A primeira coça muito e a segunda, pica e mata! Não é feito filé que só deixa o cabra mole!

A PALAVRA DO EDITOR

DERROTA À VISTA

Jilmar Tatto explicou que conta com o apoio de Lula para perder a eleição em São Paulo

“É uma honra poder contar com o apoio do presidente Lula nesta eleição. Nos conhecemos há muitos anos e temos o mesmo compromisso, o de resolver problemas que melhorem de verdade a vida das pessoas. Esse é o modo petista de governar.

Jilmar Tatto, candidato do PT a prefeito de São Paulo, explicando no Twitter que conta com o apoio de Lula para perder a eleição.

DEU NO JORNAL

O PARCEIRO ERRADO

Os ministros Paulo Guedes (Economia) e Ernesto Araújo (Itamaraty) vão assinar três acordos com os EUA, nesta segunda (19).

Os acordos serão para facilitar o comércio bilateral, práticas regulatórias e anticorrupção entre os países.

* * *

Coisa de país atrasado, governado por um reacionário direitista.

Segundo apurou o JBF, Lula e Gleisi já declararam  que Bolsonaro deveria mesmo era fazer acordos com a Venezuela, esta fantástica potência que é nossa vizinha.

Ou, melhor ainda, fazer acordo com Cuba, pra ampliar o porto de Mariel.

XICO COM X, BIZERRA COM I

BARCOS E PORTOS

Para que servem Barcos sem Portos? E de que adianta Portos sem Barcos. Um haverá sempre para que o outro exista. Mas ainda assim, havendo Barcos e Portos, haverá de ter o barqueiro, o navegante a ditar o rumo da embarcação e de seu destino, do condutor e do Barco. Tempestades, mares bravios se contraporão às calmarias, às pequenas ondas e marolas. E a âncora imaginária do tempo, em algum instante, fará com que tudo pare ao redor para o gozo de um momento bom. Depois, a aventura da vida prosseguirá por outros mares, outras águas, outros mundos, outros sonhos. Sem mapas e sem bússolas. O barco, o porto, o barqueiro. O homem, a mulher, o amor. O destino à deriva.

Toda a obra de Xico Bizerra, Livros e Discos, pode ser adquirida através de seu site Forroboxote, link BODEGA. Entrega para todo o Brasil.

ARISTEU BEZERRA - CULTURA POPULAR

TROVAS DE GERALDO AMÂNCIO

Cuida o homem do roçado,
Ara a terra, cava e planta,
Quando escuta no telhado
A canção que a chuva canta.

Em minha morada antiga,
Em anos que estão distante,
Dormi ao som da cantiga
Das águas rumorejantes.

Como começa se finda
A história da nossa vida,
Nada trazemos na vinda,
Nada levamos na ida.

Quando a noite vai embora
Nas bordas do amanhecer,
O parto sem dor da aurora
Faz a luz do sol nascer.

Eu pouco penso em morrer,
A morte não me estarrece;
O meu medo é não saber
Depois dela o que acontece.

Eu sinto em cada passada
Do tempo cruel que avança,
A minha alma tatuada
Com tintas de insegurança.

Eu já tenho proclamado
Com desengano profundo,
Que nasci no tempo errado,
O mundo não é meu mundo.

Da ânsia de almas sedentas
De amor, beleza e magia,
Eu fabrico ferramentas
Pra construção da poesia.

Geraldo Amâncio Pereira é poeta, repentista, trovador, cordelista e contador de causos. Nascido no sítio Malhada da Areia, município do Cedro, Ceará, em 29 de abril de 1946. Cursou faculdade de História em Fortaleza. Começou com acompanhamento de viola em 1966. Participou de centenas de festivais em todo o país, e classificou-se mais de 150 vezes em primeiro lugar. Organizou festivais internacionais de repentistas e trovadores, além do festival Patativa do Assaré. É autor das três antologias sobre cantoria em parceria com o poeta Vanderley Pereira. Gravou 15 CDs ao longo da carreira, além de ter publicado cordéis em livros. Apresentou o programa dominical “Ao Som da Viola”, na TV Diário em Fortaleza.