A PALAVRA DO EDITOR

Toda vez que alguém pronuncia a palavra desemprego, o termo arrepia os cabelos, dá um frio na barriga, desperta aquela vontade de correr pro banheiro para se aliviar, principalmente quando o assunto se relaciona ao Brasil.

A grosso modo, a palavra desocupação já diz tudo. Significa que boa parte da população, em idade ativa, não trabalha. Apesar de andar, andar à procura de vagas, dificilmente consegue vaga. É admitido. Na maioria das vezes, a cara sobra. Retorna pra casa de mão abanando, completamente decepcionado, desiludido com os destinos do país.

O desemprego é um dos piores males de países subdesenvolvidos. O que causa desemprego é a deficiência econômica de muitas economias pobres, desarrumadas, que não encontram saída para amparar a população que, permanentemente, cresce e necessita de renda para sobreviver.

A carência de vagas no trabalho é decorrente de vários fatores. No campo tecnológico, o desemprego é fruto da falta de qualificação da mão de obra. Muita gente despreparada é substituída pela máquina, atualmente robôs, que, graças a programas de informática atualizados, realizam a maioria das tarefas de produção com eficiência, menos tempo e menor custo.

No âmbito estrutural, o desemprego é definido como o resultado da ausência de tecnologia. Então, para acionar a produção, o único recurso das economias encolhidas é se valer da mão de obra braçal, sem qualificação. Sem técnicas de engenharia.

O outro fator que alimenta o desemprego decorre de fenômeno conjuntural. A carência de investimentos provoca baixa remuneração na praça, enquanto encarece o custo de fabricação e de vida.

No Brasil, a cantilena do desemprego é acrescida, além da péssima qualificação profissional, pelo nível educacional ruim, o trabalho informal, sem garantia alguma, e da ainda enorme concentração rural.

Por isso, o país fechou 2019 com a taxa de 11,9% de desempregados. A taxa corresponde a 12,6% de pessoas ociosas, contra 41,4%, de participantes do mercado informal, cujo número altamente desencorajador, atinge o patamar de 38,8 milhões de brasileiros.

No quadro geral, o IBGE montou o seguinte esquema. Empregado com carteira assinada no setor privado, 33 milhões de pessoas. Empregado sem carteira no setor privado, quase 12 milhões de aventureiros. Por conta própria, ultrapassa 24 milhões. Empregado do setor público, mais de 11 milhões. Trabalhador doméstico, número superior a 6 milhões. Empregador mais de 4 milhões.

O impressionante é o setor industrial, anteriormente um baluarte na geração de vagas, ultimamente não tem correspondido às expectativas. Apesar dos dados colhidos recentemente, denotar a confirmação de pequena recuperação nos últimos meses. Embora o rendimento ter se mantido lá embaixo.

Combalido pela queda na arrecadação previdenciária e na comprovação de queda no item que se arrasta desde 2017. Antes, 65,3% dos trabalhadores contribuíam para a área previdenciária. Atualmente, o número de contribuintes baixou para 62,4% das pessoas ocupadas. Daí a necessidade da Reforma da Previdência. Bastante combatida pela oposição nos debates no Congresso.

Infelizmente, o Nordeste figura como a região mais castigada pelo desemprego. Alta taxa de desempregados e baixa escala de renda.

Não há mistério e nem magia para combater o desemprego. A receita mais indicada é o país permanecer lutando por investimento na infraestrutura econômica, social e produtiva. De modo a gerar emprego, estimular a recuperação da renda e fomentar o mercado consumidor.

Uma coisa é certa. O desenvolvimento econômico de modo geral e, especialmente no Brasil, tem o dom de promover o bem-estar social e melhor qualidade de vida. Situação bem diversa da experimentada em 2014, quando a econômica travou geral. Empurrou o país pro fundo do abismo econômico.

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